Portugal está apostado em melhorar o 10.º lugar conquistado no Campeonato do Mundo de andebol de 2021, garantiu hoje Rui Silva, que desvalorizou o castigo que afasta o selecionador Paulo Pereira dos dois primeiros jogos do Mundial2023.
“Temos de nos adaptar, como em tudo. E vamos conseguir. Infelizmente, não vamos ter o nosso treinador connosco, mas vai haver comunicação para que esteja de forma aceitável connosco. Vamos preparar o jogo da melhor forma, que é o mais importante”, garantiu o capitão da seleção lusa, em videoconferência.
Paulo Pereira foi punido na sequência do que se terá passado no final da vitória sobre a França (29-28), em março de 2021, no torneio pré-olímpico, que permitiu a presença inédita de Portugal no Jogos Olímpicos Tóquio2020.
“Vim para jogar e conseguir o melhor para Portugal. Temos de nos adaptar às adversidades. Vamos ter essa, não ter treinador no campo. É o que é”, desdramatizou Rui Silva.
O andebolista recordou que o adjunto Paulo Fidalgo, que assumirá o papel principal, integra a equipa técnica nacional há vários anos: “Já nos conhecem e nós a eles. Temos uma relação ótima. É treinador de andebol, logo, está preparado”.
A ausência do selecionador do banco perante a Islândia e a Coreia do Sul, que é orientada por Rolando Freitas, em Kistianstad, Suécia, já foi testada no torneio preparatório Gjensidige Cup, na Noruega, no qual Paulo Pereira ficou, nos derradeiros dois desafios, ganhos por Portugal, meia parte no banco e outra na bancada, “para treinar a comunicação”.
Assim, todas as atenções da comitiva estão virados para a valia da Islândia, “uma grande equipa, com grandes individualidades, com atletas em excelente forma e fortes no ‘um contra um’”, situação que obriga os lusos a conseguir apresentar-se com “uma defesa forte e coesa”.
Atenção ainda para as “transições rápidas, para que os erros ofensivos, forçados ou não, tenham um impacto minimizado no desempenho dos ‘heróis do mar’.
Rui Silva entende que esta ‘poule’, que inclui ainda a Hungria, é “bem mais competitivo” do que há dois anos, quando Portugal atingiu o 10.º lugar, o seu melhor resultado de sempre, facto que até pode ser favorável.
“Se estivermos fortes, temos boas hipótese de melhorar a classificação. É importante essa primeira fase para que consigamos esse grande objetivo”, assumiu.
Elogiou ainda a incorporação no grupo dos irmãos Costa, Martim e Kiko, com quem privou no FC Porto e que agora representam o Sporting, clube no qual são orientados pelo pai, Ricardo Costa.
“Tem sido uma integração boa. Aqui não existe questão clubística. Temos uma equipa com atletas que sabem o que podem fazer. Felizmente, há uma relação de amizade, pois só com um grupo coeso e forte superamos as dificuldades ao longo dos jogos. Só temos a ganhar com isso”, vincou.
Rui Silva não acredita na “perfeição” da seleção como resultado do trabalho na Gjensidige Cup – Portugal foi segundo, após perder com a Noruega e vencer Estados Unidos e Brasil -, contudo confia que “deu para afinar muita coisa”, até porque o grupo já não trabalhava junto há algum tempo e precisa aperfeiçoar “rotinas”.
“O primeiro jogo não correu bem, mas, depois, fomos melhorando ao longo dos encontros. Não vamos estar perfeitos, não acredito nisso, mas estamos mais fortes do que há duas semanas e esperamos começar bem”, frisou.
No Grupo D, em Kristianstad, na Suécia, Portugal integra o Grupo D, defrontando a Islândia (na quinta-feira), Coreia do Sul (no sábado) e Hungria (na segunda-feira).
Portugal vai disputar pela quinta vez o Mundial de andebol, depois das presenças em 1997, 2001, 2003, como anfitrião, e 2021.
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