O selecionador português de andebol, Paulo Jorge Pereira, considerou hoje que Portugal fez um ótimo Euro2024, na Alemanha, e que a tristeza da equipa por ter sido eliminada é um bom sinal.
Portugal foi afastado do jogo de atribuição do quinto e sexto lugares, a decorrer na sexta-feira em Colónia, depois da inesperada vitória da Eslovénia frente à tricampeã mundial Dinamarca (28-25), e de ter empatado com os Países Baixos (33-33).
“É bom sinal estarmos tristes, por termos ficado em sétimo ou oitavo, que é o segundo melhor resultado de sempre na historia do andebol”, considerou Paulo Jorge Pereira, traçando um balanço do desempenho da equipa na prova.
Para a história da oitava presença num Europeu, a terceira seguida, fica o facto de Portugal ter vencido quatro jogos, empatado um e perdido dois, frente à tricampeã mundial Dinamarca (37-27) e à campeã europeia Suécia (40-33).
“É bom sinal estarmos tristes. É sinal que estamos a evoluir. Só nos podemos queixar, de certa forma, de nós próprios. A partir daqui, siga jogo. O nosso objetivo continua intacto [pré-olímpico]”, disse.
Em caso de apuramento para o jogo de atribuição do quinto e sexto lugares, a seleção portuguesa garantia também uma vaga nos torneios pré-olímpicos rumo a Paris2024, algo que continua possível, com a conjugação de resultados.
“Creio que quase podemos dizer que foi atingido, estar no pré-olímpico. Agora, é repousar e pensar em março e em que grupo vamos cair e preparar bem para podermos, mais uma vez, sonhar com os Jogos Olímpicos”, considerou o selecionador.
Para conseguir marcar presença num dos três torneios pré-olímpicos, a realizar de 14 a 17 de março, em locais ainda a designar, Portugal tem que terminar o Euro2024 (que ainda tem o Grupo I a decorrer) à frente das seleções ainda sem vaga.
“Temos que esperar e ver, mas em princípio acho que será possível. Vamos pensar que sim”, referiu Paulo Jorge Pereira, recordando que também o Egito, se se sagrar campão africano, pode interferir nas contas dos torneios e abrir mais uma vaga.
Os torneios pré-olímpicos contam, para já, com a participação das seguintes seleções: Espanha, Hungria, Bahrain e Brasil; Suécia, Egito, segundo de África e terceiro do Euro2024; e Alemanha, Noruega, segundo do Euro2024 e terceiro de África.
Sem poder contar com os lesionados Daymaro Salina, Victor Iturriza, André Gomes e Fábio Magalhães, Paulo Pereira foi obrigado a inovar e a promover adaptações no setor defensivo, recorrendo a Salvador Salvador e Alexandre Cavalcanti, e a resposta foi boa.
“O balanço foi ótimo, podia ter sido um bocadinho melhor, mas foi ótimo, tendo em conta que não sabíamos muito bem se conseguíamos passar à segunda fase. Conseguimos passar à segunda fase e chegar onde chegámos. O balanço foi ótimo”, disse.
A seleção não esteve só bem ao nível coletivo, mas também ao nível individual, com os destaques a pertencerem ao lateral Martim Costa, que lidera a lista dos melhores marcadores, com 54 golos, e ao guarda-redes Diogo Rêma, com um punhado de defesas destacadas pela organização.
Portugal garantiu a qualificação para a ‘main round’ ao fim da segunda ronda do Grupo F, em Munique, com triunfos frente à Grécia (31-24) e República Checa (30-27). A seleção lusa terminou na segunda posição do grupo após perder com a Dinamarca (37-27).
Já em Hamburgo, inserida no Grupo II da fase principal, a seleção portuguesa venceu a poderosa Noruega (37-32), crónica candidata às medalhas, e a Eslovénia (33-30), posicionando-se para lutar com a Suécia pela passagem às meias-finais.
A campeã europeia Suécia puxou dos galões e venceu Portugal (40-33), remetendo a seleção lusa para a luta pelo terceiro lugar do Grupo II e, consequentemente, para o jogo de atribuição do quinto e sexto lugares da fase final, em Colónia.
Portugal dependia apenas de si para, com um triunfo sobre a seleção dos Países Baixos, que já não podia aspirar a nada, garantir a qualificação, mas o jogo não correu de feição e, já nos minutos finais, os homens de Paulo Pereira deixaram escapar uma vantagem de dois golos (33-31) para o empate (33-33).
Falhada a possibilidade de superar o sexto lugar alcançado em 2020, que constitui o melhor resultado da seleção portuguesa, Portugal fica ainda com a hipótese de alcançar uma vaga para os torneios pré-olímpicos, que foi sempre o objetivo.
Portugal, que marcou presença pela oitava vez na fase final de um Europeu, terceira seguida, qualificou-se pela terceira vez para o ‘main round’ (2002, 2020 e 2024), sendo que o melhor resultado é o sexto posto alcançado há quatro anos.
Nas edições com 24 seleções presentes (2020, 2022 e 2024), Portugal marcou presença pela segunda vez na ‘main round’ (2020 e 2024), ao que soma mais uma, em 2002, quando a competição era disputada por 16 seleções, tendo terminado em nono.
Portugal, que vai acolher a competição em 2028, juntamente com a Espanha e a Suíça, depois de ter sido anfitrião da edição inaugural, em 1994, tem como melhor resultado o sexto lugar alcançado em 2020. Em 2022 terminou em 19.º.
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