Sem querer ligar as suas opiniões à eliminação, o técnico nacional considera que a opção da organização poderia ter passado por considerar a covid-19 como “uma gripe, como vai acontecer no futuro, deixando jogar quem não tem sintomas”.

Portugal terminou no quarto e último lugar do grupo B, que decorreu em Budapeste, contando por derrotas os jogos frente à Islândia (28-24), à anfitriã Hungria (30-31) e aos Países Baixos (32-31).

“Não é fácil. O que tentei desde o início, mesmo na meia dúzia de treinos que fizemos ainda em janeiro, foi preparar a competição de forma inclusiva. Tentei que os jogadores mais jovens pudessem ter mais tempo de competição”, explicou.

Paulo Jorge Pereira adiantou que tentou gerir desde o primeiro jogo que toda a gente fosse rodando, porque sabia que a seleção ia ter alguns problemas físicos, e assim jogar em antecipação, não na reação.

“Mas, chegámos à conclusão de que precisávamos de ter mais jogos para preparar esta transição e encontrar o melhor formato ofensivo e defensivo”, disse, citando o exemplo de Ángel Hernández.

O treinador explicou que teve de jogar sem lateral direito canhoto e a seleção portuguesa deve ter sido a única a jogar sempre com um lateral direito destro, o que por vezes limita o jogo

“Felizmente, temos o Miguel Martins e o Fábio Magalhães que fazem bem a posição, mas nem sempre funciona. O Dariel [Ángel Hernández] não conseguiu treinar”, adiantou o treinador.

Em relação ao jogo decisivo com os Países Baixos, em que Portugal estava obrigado a vencer por dois golos para passar à fase seguinte, Paulo Jorge Pereira considera ter ficado um “sentimento de amargura” de que podia ter sido feito “um pouco mais”.

“Acho que fomos algo indisciplinados no jogo. Tentámos seguir o plano, mas não fomos pacientes. Quisemos chegar, fazer dois passes e finalizar. Em termos defensivos, sabíamos onde estava a nossa debilidade e melhorámos, apesar de a transição defensiva ter sido um problema na segunda parte”, disse.

O treinador considerou que a equipa melhorou bastante nos duelos individuais e na forma de estar no jogo, mas depois debateu-se com alguns fatores mentais.

“A forma como preparámos o jogo não foi a melhor. Como treinador, assumo o erro. Provavelmente não seriam aquelas as melhores opções para o jogo. E neste caso, é o treinador que tem de assumir”, finalizou.