A seleção nacional de andebol regressou no domingo à noite a Portugal, depois de disputar o Campeonato Europeu, no qual obteve a melhor classificação de sempre, e a comitiva foi calorosamente recebida à chegada ao aeroporto de Lisboa.
"Estamos muito contentes. Quando o andebol tem este destaque no aeroporto, alguma coisa se está a passar de interessante. O grupo que esteve na competição merece isto. Obrigado a todos os portugueses pelo apoio que nos deram também durante a competição", disse aos jornalistas Paulo Pereira, selecionador português.
A seleção portuguesa foi a equipa sensação do Euro2020 ao atingir o sexto lugar final, a melhor classificação de sempre na prova continental, após perder por 29-27 com a Alemanha no último jogo, disputado no sábado, em Estocolmo.
"É histórico o que esta seleção fez, estamos a falar de um sexto lugar que não tínhamos ainda alcançado. Há 20 anos, tivemos um sétimo lugar num Europeu. Temos tido algumas vitórias inéditas no desporto e estamos aqui perante uma modalidade coletiva que é absolutamente extraordinária", realçou João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto.
O governante foi uma das muitas, quase uma centena de pessoas, que fizeram questão de se deslocar ao Aeroporto Humberto Delgado na noite de domingo para receber a 'equipa das quinas', que teve mesmo três jogadores nomeados para a equipa ideal do Europeu, Alfredo Quintana, João Ferraz e Rui Silva.
"Estou feliz. Ainda mais porque alcançámos o nosso objetivo, que era alcançar o sétimo lugar. Os portugueses podem continuar a acreditar em nós e saibam que vão continuar a ter andebol ao mais alto nível por muito tempo", lançou Quintana, o guarda-redes que nasceu em Havana, Cuba, há 31 anos, mede mais de dois metros e pesa quase 100 quilos, e que representa o FC Porto.
Por seu turno, Rui Silva, central que também atua nos 'azuis e brancos', enalteceu o desempenho de Portugal no Europeu, e apontou já baterias para a luta por uma vaga olímpica na modalidade, algo que seria um feito inédito.
"Sentimos que podemos trabalhar para fazê-lo. Sabemos que agora temos mais responsabilidade, sabemos que é a primeira vez na história que Portugal está no torneio pré-olímpico, e também sabemos das dificuldades que vamos ter. Mas é óbvio que vamos trabalhar e ambicionar ir ao grandes Jogos Olímpicos, porque sabemos que é a oportunidade de uma vida para qualquer um de nós", afirmou Rui Silva.
Questionado sobre as hipóteses de Portugal estar em Tóquio2020, depois de terem sido conhecidos no domingo os adversários no torneio de qualificação (França, Croácia e Tunísia), o selecionador nacional considerou que vai ser uma missão muito complicada, mas, assinalou que, desde que a seleção mantenha "os pés sobre a terra, a humildade e o compromisso", pode lá chegar.
"Vamos ter de jogar contra a França, em Paris, com 18.000 pessoas a assistir. Ganhámos à Suécia, na Suécia, com 12.000, portanto, temos de subir um degrau de mais seis mil pessoas. E a Croácia e a Tunísia, portanto, vai ser um pré-olímpico dificilíssimo. Mas, já isto [sexto lugar no Europeu] era impossível, nós fizemos, e vamos ter de fazer outra vez o impossível. Vamos tentar, pelo menos", sublinhou Paulo Pereira.
Também o secretário de Estado apontou para o difícil caminho para o Japão, garantindo que, depois de não ter conseguido marcar presença no Europeu, vai estar em Paris para apoiar Portugal.
"Há esta esperança de que, em abril, na fase de qualificação, possamos fazer o que seria absolutamente inédito, e absolutamente extraordinário, que era termos uma seleção nacional de andebol nos Jogos Olímpicos. Apenas 12 seleções de todo o mundo marcam presença nos Jogos. E já demonstrámos neste Europeu que temos de entrar sem receios e com vontade de ganhar", destacou João Paulo Rebelo.
Já Quintana considerou, sobre o apuramento para as Olimpíadas, que "ainda há muito trabalho para fazer", acrescentando que "agora é hora de descansar" e deixar o selecionador tratar da preparação para o torneio pré-olímpico. "Mas é claro que queremos estar nos Jogos Olímpicos", rematou.
Portugal, França, Croácia e Tunísia, que lutam por duas vagas, vão defrontar-se em Paris, entre 17 e 19 de abril.
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