O segundo melhor tempo pessoal deu esta sexta-feira ao português Nuno Alves um quinto lugar nos 5.000 metros T11 (deficiência visual) nos Jogos Paralímpicos de Londres2012, marca que considera possível melhorar com melhor preparação.
O atleta do Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho terminou a prova em 16.06,28 minutos, o seu melhor tempo da época, mas insuficiente para chegar ao pódio, cujo primeiro lugar foi ocupado pelo chileno Cristian Valenzuela, com 15.26,26 minutos.
«Foi bom. Entrei no meu ritmo e fui à procura do prejuízo», disse no final, a propósito de ter feito uma corrida «de trás para a frente», ou seja, ficou para trás no início e depois recuperou vários lugares.
A diferença superior a 10 segundos do terceiro lugar foi atribuída à melhor preparação dos “rivais”, que diz terem vantagem por serem profissionais enquanto os portugueses têm de manter um emprego, como o caso deste «assistente operacional» na Fundação para a Ciência e Tecnologia.
«Foi o possível, mas não podemos fazer milagres, como pretendem os dirigentes», argumentou.
Nuno Alves juntou a sua voz à de Gabriel Potra, que também hoje reivindicou um maior investimento no desporto paralímpico, na procura de novos talentos e na profissionalização dos atletas.
«É preciso investir mais na captação e preparação», defendeu, queixando-se da dificuldade em conciliar emprego e treinos.
A completar a quarta participação paralímpica, Nuno Alves pensa que poderia ter feito melhor «com apoios adequados» e se tivesse direito a dispensa laboral no último ano de preparação.
Menos sorte teve Ricardo Vale, cujo nono lugar na mesma prova se deveu a um incidente perto dos dois mil metros, quando foi descalçado por um adversário, o que o obrigou a parar para se recompor.
«Conseguia fazer um tempo bastante melhor», garantiu o atleta de 29 anos, cujos 16.32,91 minutos foram, mesmo assim, a melhor marca desta época.
Sobre o desejo de somar no Rio de Janeiro2016 uma quarta participação paralímpica, Ricardo Vale disse que dependerá se conseguir mínimos e «se tiver boas condições de treino».
Também hoje, o estreante na competição Ricardo Fernandes, de 34 anos, ficou-se pelo 12.º lugar no lançamento do peso, com um arremesso de 10,97 metros, não concretizando o sonho de ganhar uma medalha nos Jogos Paralímpicos.
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