O atleta português Lenine Cunha garantiu esta terça-feira ter cumprido «um sonho», adiado desde Sidnei2000, ao conquistar a medalha de bronze no salto em comprimento F20 (deficiência intelectual) nos Jogos Paralímpicos Londres2012.
«O sonho tornou-se realidade, está cumprido», afirmou o atleta, lembrando que quase chegou à medalha de prata, conquistada pelo croata Zoran Talic e que lhe "fugiu" por apenas cinco centímetros.
Lenine Cunha, que assegurou um lugar no pódio com um salto de 6,95 metros, conseguido logo no primeiro ensaio, admitiu que «não estava à espera de uma marca tão boa», exclamando: «pensava saltar 6,80, 6,85, mas esta marca é fantástica!».
Nos últimos 12 anos, Lenine Cunha conquistou 134 medalhas em competições internacionais do Comité Paralímpico Internacional (IPC) e da Associação Internacional de Desporto para Pessoas com Deficiência Intelectual (INAS-FID).
A medalha paralímpica, desejada desde os Jogos Sidney2000, onde foi quinto no comprimento, chegou hoje, com o estádio olímpico praticamente cheio.
«Esta era a medalha que faltava, e foi conseguida num ambiente fantástico», referiu, emocionado, no final da prova, ganha pelo espanhol Jose Exposito (7,00).
Lenine Cunha, recordista mundial do heptatlo, do pentatlo e do triplo salto da INAS-FID, dedicou a medalha «ao treinador, José Costa Pereira, à família e aos amigos, que têm sido incansáveis a enviar mensagens de apoio».
O atleta português regressou em Londres às competições paralímpicas depois de ter estado ausente 12 anos, devido ao facto de a deficiência intelectual ter sido retirada do programa dos Jogos.
Lenine Cunha, que gosta de ser tratado por Lenny, começou a praticar atletismo aos sete anos, três anos depois de ter sofrido uma meningite, que lhe provocou perda da fala, de parte da visão e da memória e teve consequências a nível intelectual.
Depois de ter passado pelo desporto regular, ingressou no desporto adaptado aos 16 anos.
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