O presidente do Comité Paralímpico do Portugal considerou hoje que os Jogos Rio2016 vão ficar para a história do desporto luso, mas voltou a defender a necessidade de o país tratar de forma igual os atletas de excelência.
Num balanço logo após o final das competições, Humberto Santos destacou o facto de Portugal sair dos Jogos Rio2016 com quatro medalhas, todas de bronze, superando as três conseguidas há quatro anos em Londres2012.
“Desde Sydney2000 que tínhamos vindo a diminuir o número de medalhas conquistadas, desta vez conseguimos inverter essa tendência. Além disso, temos de associar as quatro medalhas a um conjunto de resultados de excelência e ao surgimento de atletas de grande relevância desportiva”, afirmou, acrescentando: “Os Jogos do Rio vão ficar para a nossa história”.
Humberto Santos frisou que “os objetivos do contrato-programa foram mais do que cumpridos, mas também foram cumpridos os objetivos internos do CPP, que eram ter uma prestação semelhante à dos Jogos Londres2012”.
No final das competições dos Jogos Rio2016, o presidente do CPP considerou que as quatro medalhas de bronze conquistadas - duas no boccia e duas no atletismo - mostram que “apesar do aumento qualitativo, Portugal até está a conseguir acompanhar outros países”.
Com o contrato-programa em vigor até 2017 e ainda sem ter tomado uma decisão sobre uma eventual recandidatura à presidência do CPP, Humberto Santos considerou essencial uma aproximação cada vez maior entre as condições dadas aos atletas olímpicos e paralímpicos.
“Estamos a falar de atletas de excelência, que estão a ser tratados pelo mesmo país de forma diferenciada, e hoje com o nível que os Jogos Paralímpicos têm não há razão para haver essa diferenciação", referiu.
Apesar do contrato-programa de preparação para o Jogos Rio2016, que rondou os 3,6 milhões de euros, ter superado em cerca de 1,5 milhões de euros o de Londres2012, Humberto Santos referiu que o aumento das verbas não é a questão central.
“Não podemos ficar por uma questão de duplicação de verbas, temos de criar condições para haver um tratamento de equidade dos atletas de excelência do nosso país. Temos sugestões, temos propostas. Agora vamos para a mesa de negociações tratar disso", disse.
Humberto Santos reiterou a ideia de que é preciso olhar para os Jogos Paralímpicos, que nesta edição juntaram 4.350 atletas de 164 países, como um evento multidesportivo de alta competição.
“Aquele olhar para os Jogos Paralímpicos enquanto espaço de confraternização, ao qual as pessoas vinham para fazer umas provas, passou à história. Estamos a falar de competição ao mais alto nível, e para isso temos de ter as melhores condições que o país puder disponibilizar", disse o presidente do CPP, organismo que completa oito anos de existência no final deste mês.
Nos Jogos Rio2016, Portugal esteve representado por 37 atletas, que competiram em sete modalidades - tendo-se estreado no judo e no tiro -, facto que leva o presidente a afirmar que a renovação do desporto paralímpico está a ser feita, apesar de haver modalidades nas quais isso está a ser feito mais rápido do que noutras.
"A renovação está a ser feita de forma gradual, estão a chegar novos atletas. Aqui nos Jogos Rio2016, houve um acréscimo de modalidades e aumentámos o número de medalhas e de resultados de excelência, o que para nós foi decisivo", disse.
Nos Jogos Paralímpicos Rio2016, subiram ao pódio Luís Gonçalves, nos 400 metros T12 (deficiência visual), Manuel Mendes, na maratona T46 (deficiência motora), José Macedo, no torneio individual de boccia BC3 e a equipa de boccia BC1/BC2, constituída por António Marques, Abílio Valente, Fernando Ferreira e Cristina Gonçalves.
Além das quatro medalhas, os atletas garantiram 25 diplomas, número também superior aos 16 conseguidos em Londres2012.
Após a sua nona participação paralímpica, Portugal soma agora 92 medalhas paralímpicas, com o atletismo a liderar o número de conquistas, com 53, seguido do boccia, com 26.
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