A estreia de Moçambique nos Jogos Paralímpicos, que aconteceu em Londres2012, foi «positiva», mas as expetativas foram limitadas pela falta de preparação, lamentou o treinador, Francisco Faquir.
«Por aquilo que foi a nossa realidade da preparação, foi positiva», afirmou o técnico à agência Lusa, lamentando que só tenham sido criadas condições para iniciar a preparação duas semanas antes.
«A preparação começou 14 dias antes da partida para aqui e, contando com mais oito dias que viemos antecipadamente para aqui, acho que arredondando, são 22 ou 23 dias», contabilizou.
Para Faquir, isto «não é suficiente para uma seleção que venha participar nuns Jogos Paralímpicos», alegando não ser digno do país de Maria de Lurdes Mutola, medalha de bronze em Atlanta1996 e campeã olímpica dos 800 metros em Sydney2000.
A missão moçambicana foi representada por Pita Bulande, que tanto nos 200 metros como nos 400 metros T11 masculinos (deficiência visual) se ficou pelas eliminatórias, e por Maria Elisa Muchavo, que também não se qualificou para as provas segundas fases dos 100 metros, 200 metros e 400 metros T12 femininos (deficiência visual).
Outros dois atletas tinham mínimos B, mas foram excluídos por redução da quota, afirmou o treinador, que destaca Elisa Muchavo, 16.ª no “ranking” mundial dos 200 metros e 9.ª no “ranking” dos 400 metros T12 - e primeira africana.
«Se tivessem criado condições, a miúda tem talento, teria ido à final», garantiu.
Por acreditar na atleta, Faquir revelou ter pago sessões de ginásio do próprio bolso porque «as condições nunca mais apareciam».
Mesmo assim, enfatizou, os atletas estavam motivados por conhecer um país novo e participar num grande evento desportivo e saudou as trocas de experiências com os colegas de Portugal, Brasil e Angola.
O objetivo do Comité Paralímpico, definiu Francisco Faquir, deve ser agora «criar condições para levar mais atletas ao Rio de Janeiro», em 2016, onde se realizarão os próximos Jogos Paralímpicos.
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