O pedido do presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), Humberto Santos, para um maior apoio dos privados e novas críticas do maratonista Jorge Pina marcaram hoje o regresso a Lisboa da comitiva portuguesa aos Jogos Paralímpicos Londres2012.
Apesar do atraso de quatro horas em relação à hora inicialmente prevista, as 21h00, centenas de pessoas esperaram a comitiva na zona de chegadas do Aeroporto da Portela e não regatearam aplausos e abraços aos atletas paralímpicos lusos.
Portugal subiu três vezes ao pódio nos Jogos Paralímpicos de Londres2012 e somou medalhas de prata e bronze no boccia e ainda uma de bronze no salto em comprimento F20 (deficiência mental), arrecadando ainda 16 diplomas, o que levou o Chefe de Missão, Carlos Lopes, a considerar que o país alcançou «resultados dignos» na competição.
Humberto Santos aproveitou o momento para realçar a necessidade de serem encontrados mais apoios entre a iniciativa privada para a preparação paralímpica durante o “ciclo” dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.
O presidente do CPP referiu que expressou esta preocupação aos governantes portugueses que estiveram em Londres2012 e chamou ainda a atenção para a necessidade de recrutamento de novos atletas para a alta competição paralímpica.
A questão dos atrasos no pagamento das bolsas em 2009 e 2010 também foi abordada, com Carlos Lopes a garantir que estas verbas acabaram por ser todas liquidadas de forma “tardia” em 2012.
Apesar de novas críticas do maratonista Jorge Pina à forma como foi recebido em Londres e às condições em que ficou alojado, Carlos Lopes considerou que o Comité Paralímpico apenas se irá debruçar sobre a matéria após ouvir diretamente o atleta.
«Não temos os apoios que deveríamos ter», afirmou Jorge Pina, deficiente visual, que lamentou ainda o facto de não ter tido ninguém a recebê-lo em Londres e por ter ficado «num quarto sozinho com escadas inclinadas».
Um conjunto de novas críticas do maratonista, que ainda em Londres havia chamado a atenção para o problema dos atrasos no pagamento das bolsas e afirmado que os atletas se sentem «abandonados».
O secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, esteve no Aeroporto de Lisboa mas não prestou declarações, dizendo apenas que «foi um gosto» estar com os atletas.
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