O chefe da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos Tóquio2020 atestou hoje a coesão dos canoístas do K4 500 metros, reconhecendo-lhes potencial para um lugar de pódio.
“A competição de K4 tem a característica de ter 10 barcos nos Jogos. Não é uma disciplina em que há quotas por continentes, portanto são efetivamente os 10 melhores do mundo. Em 2019, ficaram assim [enquanto aproxima os dedos], e assim é muito pouco, do terceiro lugar, pelo que há reais expetativas para poder estar na disputa pelos lugares de pódio em 2021”, afirmou Marco Alves, em declarações à agência Lusa.
Uma delegação do Comité Olímpico de Portugal (COP), chefiada pelo presidente José Manuel Constantino, visitou hoje a equipa nacional, no Lago Azul, em Ferreira do Zêzere, no distrito de Santarém, atestando o compromisso dos canoístas Emanuel Silva, João Ribeiro, David Varela e Messias Baptista.
“O envolvimento destes atletas com o projeto não é uma novidade. A reação do Emanuel à desvinculação do clube é muito característica disso. Há uma identificação muito grande com o objetivo, que não deixa de ser individual, mas é um objetivo maior, o de representar o país e representar bem”, frisou Marco Alves.
O presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) disse fazer “questão” de promover o acompanhamento do COP destas “fases tão importantes da preparação”, quando faltam 128 dias para os Jogos, que “já estão marcados pelo adiamento, pelos condicionamentos e pelo cancelamento de provas”.
“Mas estes atletas não cancelaram a preparação e tivemos o cuidado de procurar espaços para manter os treinos e este local foi, para nós, uma descoberta. Já sabíamos que o remo usava esta albufeira da barragem do Castelo de Bode, mas temos dado preferência a outros locais, como Montemor-o-Novo, onde temos no nosso Centro de Alto Rendimento, Aguieira e Avis, para não treinarem sempre no mesmo sítio”, explicou Vítor Félix.
O líder federativo realçou a importância de diversificar os locais de treino, do “ponto de vista emocional e psicológico”, para “atletas que passam cerca de 250 dias em estágio por ano”, com o objetivo de se “apresentarem no seu máximo em Tóquio2020”.
E o máximo pode ser um lugar de pódio, segundo Vitor Félix: “É possível. No Mundial de 2019 ficaram a 0,15 segundos das medalhas. Foram sextos numa prova muito rápida, entre 1.18 e 1.20 minutos, mas a FPC já estabeleceu o objetivo de conseguir duas medalhas entre Jogos Olímpicos e Paralímpicos, e é claro que este barco faz parte dos ‘tiros’ que temos para essas conquistas. Esta embarcação consegue juntar experiência e a irreverência da juventude e acho que consegue melhorar essas décimas”.
O K4 500 metros luso é pagaiado pelos experientes Emanuel Silva, medalha de prata em K2 1.000 metros com Fernando Pimenta em Londres2012 e que vai disputar os quintos Jogos, e João Ribeiro, que prepara a segunda presença olímpica, e os estreantes David Varela e Messias Baptista, num caiaque cada vez mais coeso.
“Usualmente as pessoas têm tendência a unir-se nos maus momentos e esta embarcação, que tinha dois atletas do Sporting, ambos ficaram sem regime contratual, e dois do Benfica, um deles com o vencimento cortado em 40%, mas acho que isso uniu mais a embarcação. Acho que estão muito focados em torno do objetivo comum que é lutar pelas medalhas em Tóquio2020”, sublinhou Vitor Félix.
O presidente da FPC realçou ainda a esperança de conseguir juntar “a maior delegação de sempre a uns Jogos Olímpicos” à “qualidade para a luta pelas medalhas”, ambicionando ainda o apuramento dos K1 500 e K2 500 femininos, dos K1 200, K2 1.000 e C2 1.000 masculinos.
Além do K4 500 masculino, a delegação portuguesa da canoagem conta com mais três embarcações qualificadas, caso do K1 1.000 masculino, assegurada por Fernando Pimenta, do K1 200 feminino, por Teresa Portela, e do K1 slalom, por Antoine Launay.
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