O ex-canoísta José Garcia considera muito diferente estar nuns Jogos Olímpicos como atleta ou Chefe de Missão, apelidando de “grande desafio” o facto de ir liderar a comitiva portuguesa ao Rio2016.
Em entrevista à agência Lusa, José Garcia, sexto em K1 1.000 metros em Barcelona92, diz que “é muito diferente” a nova missão que lhe foi confiada, até porque como atleta se “conhecimento total” daquilo que se é, das suas capacidades, enquanto como Chefe de Missão “há muitas variáveis a considerar”.
“São 16 modalidades, é preciso ter cuidado com cada um dos atletas, porque todos me merecem o mesmo respeito, com a realidade do Rio de Janeiro, com a gestão de uma equipa que está extremamente focada em garantir as condições que os atletas necessitam. Estamos a falar da gestão de uma equipa de 160 pessoas, entre atletas e oficiais. É diferente. Este é um grande desafio, não digo que seja o maior, mas é um grande desafio olímpico”, referiu.
Questionado sobre se alguma vez pensou que viria a ser Chefe de Missão a uns Jogos Olímpicos, José Garcia respondeu “de maneira alguma”, até porque em Azurara, uma freguesia de Vila do Conde, via o Comité Olímpico de Portugal (COP) “a uma distância grande”.
“Esta casa [COP] sempre me mereceu o máximo respeito e é, obviamente, com muito orgulho que desempenho esta missão”, disse.
O olimpismo sempre fez parte da vida José Garcia, que recorda três momentos que viveu, o primeiro dos quais o título olímpico de Rosa Mota em Seul88 e, quatro anos depois, quando transportou a bandeira portuguesa na cerimónia de encerramento de Barcelona92, ao som de ‘Amigos para Siempre’, cantado por Sarah Brightman e José Carreras.
“O terceiro momento, de que vou falar agora, foi quando tinha 15 anos, estava a treinar e os meus colegas perguntavam: ‘Ó Zé Luís, porque é que treinas assim tanto?’ E eu respondia que queria ir aos Jogos Olímpicos e os meus colegas riam-se. Se fechar os olhos ainda recordo esse momento”, lembrou José Garcia, que, além de cumprir o sonho, ainda trouxe um diploma para casa.
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