Este artigo tem mais de 11 anos
Desde meados de 2012 que a federação tem sido gerida por uma comissão administrativa, liderada por Joaquim Sousa, após a saída forçada de Rascão Marques.
Luís Ahrens Teixeira começa hoje a presidir à insolvente federação de remo com a ambição clara de a recuperar financeiramente e levar a um pódio inédito em Jogos Olímpicos, já no Rio de Janeiro2016.
«Não tenho medo nenhum de assumir que o objetivo é colocar duas equipas nos Jogos e uma medalhada. É uma meta pessoal, da federação, dos atletas e dos treinadores no projeto. Não fica bem dizer isto, mas não temos problema nenhum em assumi-lo. É esse objetivo. Se não conseguirmos, não ficamos contentes», referiu Luís Teixeira.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente e antigo internacional promete atacar os «difíceis desafios» da governação do remo luso «com o mesmo espírito que abraçava as regatas, com imensa motivação e muita determinação».
«(A prioridade) é estabilizar financeiramente a federação e credibilizá-la. Está totalmente desfeita. Depois montar um sistema a nível da alta competição – que não existe em Portugal – que crie resultados de excelência de forma consistente e a longo prazo, independentemente de quem esteja à frente da federação», sublinhou.
Os olímpicos Pedro Fraga/Nuno Mendes (oitavos em Pequim2008 e quintos em Londres2012) queixaram-se durante longo tempo estarem «abandonados» pela modalidade, mas Luís Teixeira defende que tal não acontece desde setembro de 2012, quando os começou a ajudar: «Não estão sozinhos. Tenho-lhes dado apoio pessoal. Sabem bem que já não estão sós».
Outra das lutas de Luís Teixeira será a de «trazer mais pessoas ao remo, de todas as fachas etárias, e abordando todo o tipo de atividade, desde o lazer à competição».
Além das «óbvias dificuldades financeiras», o dirigente deseja uma mudança de mentalidades, colocando «os clubes a pensar a nível nacional e não tanto em termos individuais».
«As pessoas têm de perceber que a competição é na água e fora dela é cooperação», frisou, considerando «fundamental» a união de todos os agentes.
O regresso das «pessoas boas» ao remo é algo que tem agradado a Luís Teixeira, que considera os «recursos humanos» como a grande mais-valia do remo português, agora liderado por uma equipa que considera «a ideal».
Com a época a entrar na fase decisiva, a nova direção tem apenas três anos de trabalho válido, mas o objetivo é «deixar uma base enorme, um sistema montado para os próximos 20 anos e que envolva os clubes a participar na mudança».
«Acredito no país e não gosto das zonas de conforto. Gosto de lutar e mostrar que nosso país é coisa fabulosa e os nossos atletas também. É preciso é estarem enquadrados num sistema de sucesso», defendeu.
O dirigente associa-se ainda à canoagem – «uma modalidade de referência, a todos os níveis, e que, tal como nós, é mais de fazer e menos de falar» – no alerta às autoridades para darem especial atenção ao potencial do país, que nestes desportos recebe boa parte das melhores seleções do Mundo para estágios de preparação.
O empresário, que gere um complexo em Avis que recebeu estágios de 14 dos medalhados em Londres2012, toma posse às 18:30 no Comité Olímpico de Portugal.
Luís Teixeira, de 39 anos, foi atleta de alta competição e teve como melhor resultado a medalha de bronze em quadri-scull peso ligeiro do Campeonato do Mundo de 1994, disputado em Indianápolis, Estados Unidos.
O novo presidente foi eleito a 06 de abril com 94 por cento dos votos expressos, após desistência do candidato da lista B, Albino Silva, sendo que votaram 70 por cento dos delegados à assembleia-geral.
Desde meados de 2012 que a federação tem sido gerida por uma comissão administrativa, liderada por Joaquim Sousa, após a saída forçada de Rascão Marques, cuja gestão está a ser analisada pelas autoridades judiciais, após queixa de um clube.
Comentários