O chefe da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, Pedro Farromba, afirmou hoje, à chegada a Lisboa, que foram cumpridos todos os objetivos e que se abriram muitas portas para o crescimento dos desportos de inverno.
"Foi uma missão muito completa em termos de resultados, tivemos três atletas, participámos em cinco competições e em três delas melhorámos os resultados anteriores, que era o objetivo que tínhamos definido antes de partirmos", começou por dizer Pedro Farromba.
Farromba falou das condições difíceis de Yangqiing, na China, com as temperaturas a chegarem aos 22 graus negativos e ainda todos os constrangimentos relativos à covid-19, mas garantiu que "a equipa estava motivada" e que todos os atletas, apesar de estreantes em Jogos Olímpicos mostraram "uma vontade muito grande de representar” o país.
"Acho que, para além dos resultados que tivemos, que foram realmente excecionais tendo em conta aquilo que é a nossa escala e dimensão, temos aqui um futuro promissor e abrem-se aqui muitas portas para continuarmos a trabalhar nos desportos de inverno", assumiu.
Farromba destacou ainda o trabalho do Comité Olímpico de Portugal e da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, que abriu recentemente o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela.
"Independentemente das idades todos têm ainda uma margem de progressão significativa. Eles e outros atletas que não conseguiram os resultados para estar presentes, mas que estão identificados pela Federação, tanto na neve, como no gelo. Eu acho que o gelo vai ter uma palavra importante no futuro, até pelo facto de a Federação ter aberto o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela, acho que vamos ter novidades interessantes nos próximos Jogos Olímpicos", adiantou Farromba.
Ricardo Brancal fez a sua estreia olímpica aos 25 anos e saiu de Pequim com o 37.ª lugar na prova de slalom gigante e ainda com 39.º lugar na prova de slalom.
“Foi uma experiência única, foi a melhor experiência da minha vida e trabalhei para isso. A nível competitivo o objetivo era melhorar as marcas anteriores, eu tinha dito que um top-50 seria muito bom e foi ultrapassado. Isso revela que houve trabalho e dedicação e que no momento certo as coisas correram bem. Podiam ter corrido muito mal, mas o apoio dos portugueses ajudou muito, ajudou-me a estar concentrado e focado no dia da prova e o resulto foi muito positivo para Portugal”, revelou o esquiador, que conseguiu melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang2018 na disciplina.
Relativamente ao futuro, Brancal optou por não fazer previsões, mas garantiu que quer estar presente nos próximos Jogos Olímpicos.
"Um top-10 e top-20 vão ser difíceis de alcançar. O top-40 surge porque a prova era extremamente difícil e muitos atletas não terminaram a prova. O meu objetivo em [slalom] gigante foi terminar a prova, em slalom atacar um pouco mais e felizmente correu bem. Para o futuro vai depender de muita coisa, eu gostava de estar nos próximos Jogos e aumentar o meu nível. Foi um ano e meio de preparação a sério para estes Jogos, antes fazia 20 a 30 dias de esqui por ano e digamos que isto diz muito sobre o trabalho que a Federação e o COP têm feito pelos atletas portugueses", completou.
Além de Brancal, Portugal contou com a participação de mais dois atletas. A esquiadora portuguesa Vanina Oliveira, de 19 anos, saiu de Pequim com 46.º lugar na prova de slalom gigante e não terminou a prova de slalom, devido a um erro logo à saída da segunda manga.
Já José Cabeça, de 25 anos, terminou a prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo na 88.ª posição e tornou-se o melhor representante luso na disciplina nos Jogos Olímpicos.
Comentários