O português Ricardo Melo Gouveia garantiu à agência Lusa que ambiciona conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Rio2016, na prova que marca o regresso do golfe como modalidade olímpica, 112 anos depois.
“O objetivo principal é sair de lá com a medalha de ouro. Além disso é aproveitar toda a experiência que os Jogos Olímpicos me vão trazer, fazer parte da cerimónia de abertura, conviver com outros atletas, estar na Aldeia Olímpica. Vai ser tudo uma experiência única. Esperemos que no final da semana, para acabar em grande, possa trazer a medalha de ouro”, afirmou.
Com o golfe a regressar aos Jogos depois de ter sido modalidade olímpica em 1904, em Paris, o único português com lugar no ‘European Tour’, assume que o sonho de se tornar atleta olímpico apenas entrou na sua vida no ano passado.
“Foi a partir do ano passado. No golfe nunca se fala muito dos Jogos Olímpicos, porque é a segunda vez que faz parte dos Jogos, já há muitos anos que não fazia parte (…) mas, desde que ficou garantida a presença do golfe nos Jogos e a partir do ano passado, quando comecei a jogar melhor e a ver que teria hipóteses, aí sim começou a entrar mais nos meus objetivos”, disse.
Para o lisboeta, o facto de ser o primeiro golfista português a jogar nos Jogos Olímpicos “não vai causar nenhuma pressão extra”, assegurando que vai encarar a sua participação “como um torneio normal”.
“É claro que vai haver um pouco mais de mediatismo, um pouco mais de atenção nas minhas prestações, mas vou-me concentrar no que consigo controlar para que isso não afete o meu jogo”, referiu.
Este mediatismo é, de acordo com Melo Gouveia, “importantíssimo” para a modalidade, porque o facto de haver “um português a disputar os Jogos Olímpicos no golfe vai gerar uma energia positiva em Portugal, em especial para os jovens”.
“Mas claro que quero sair de lá com o melhor resultado possível, se Deus quiser a medalha de ouro e que isso seja mais um bónus para ajudar a modalidade a crescer cá em Portugal”, referiu.
Considerando que a experiência no ‘European Tour’ esta temporada e já ter jogado um torneio do PGA Tour (circuito norte-americano) foram “uma ótima preparação”, o vencedor do ‘Challenge Tour’ em 2015 espera ainda que o campo do Rio de Janeiro possa jogar a seu favor.
“Pelas fotografias que vi, acho que será um campo muito estratégico, é um campo mais aberto, com poucas árvores, ou seja, é um campo mais exposto ao vento. Vai ser importante o controlo do voo da bola e isso é um ponto forte meu, portanto, esperemos que jogue a meu favor”, afirmou.
A humidade esperada também não preocupa Ricardo Melo Gouveia, porque passou quatro anos na Florida, que não consegue comparar uns Jogos Olímpicos a participar nuns dos quatro torneios do ‘Grand Slam’.
“Eu nunca tive a experiência de jogar um ‘major’, por isso não posso dizer que um é mais importante do que o outro, mas para nós os ‘majors’ são o topo da modalidade. É diferente de outros desportos, mas os Jogos Olímpicos, nunca tendo jogado um ‘major’, vão ser a maior competição que alguma vez joguei”, afiançou.
O torneio de golfe dos Jogos Olímpicos joga-se de 11 a 14 de agosto.
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