O antigo secretário de Estado do Desporto e Juventude (SEDJ) Emídio Guerreiro, atual deputado do PSD, considerou esta quinta-feira que os resultados obtidos nos Jogos Olímpicos Rio2016 “ficaram abaixo do que estava definido”.

“Alinho muito com aquilo que foi a análise do presidente do Comité Olímpico de Portugal [COP], os resultados ficaram abaixo do que estava definido, nomeadamente na questão de medalhas e diplomas”, disse Emídio Guerreiro, que, enquanto secretário de Estado, foi o responsável pela negociação do contrato-programa com o COP.

Em declarações à agência Lusa, Emídio Guerreiro lembrou, no entanto, que “os resultados ficaram acima do expectável nos resultados top-10”.

Emídio Guerreiro, que falava à margem de um colóquio realizado na Universidade Europeia, em Lisboa, considerou essencial fazer uma reflexão sobre os resultados obtidos no Rio de Janeiro.

“Há um dado que foi apresentado que diz que 60% dos atletas ficaram abaixo das marcas que os levaram lá, é preciso fazer uma reflexão com técnicos, com os próprios atletas e com as federações para perceber como podemos melhorar estes resultados”, afirmou.

Emídio Guerreiro não quis comentar a proposta de orçamento de Estado, que prevê um aumento de 5,3% nas verbas alocadas ao desporto, que se poderá traduzir numa subida de 73,161 para 77,065 milhões de euros.

“Primeiro gostava de ter a execução, porque já no ano passado havia mais 2,5 milhões e não vejo onde é que o dinheiro chegou, dizem-me que não houve reforço das federações”, afirmou Emídio Guerreiro.

Em outubro, no parlamento, o presidente do COP, José Manuel Constantino, admitiu que os resultados dos 91 atletas que representaram Portugal no Rio de Janeiro ficaram abaixo do esperado.

“Ficámos aquém dos objetivos e das nossas expectativas. Tínhamos previsto que 25% dos atletas que estavam no nível de topo do apoio olímpico chegassem às medalhas, ou seja, prevíamos duas medalhas, alcançámos uma. Prevíamos 12 diplomas, conseguimos dez. Esperávamos 17 posições de semifinalista, tivemos 18”, disse o presidente do COP.

Em julho de 2013, o Governo e os comités olímpico e paralímpico assinaram os contratos de preparação para os Jogos Olímpicos de 2016, que vão vigorar até 31 de dezembro de 2017.

Ao abrigo do contrato, ficou estabelecido que o COP receberia 15,7 milhões de euros (ME) para os quatro anos do ciclo Rio2016 e de dois ME para o ano seguinte aos Jogos Olímpicos.