O secretário de Estado do Desporto e Juventude considerou hoje ser prematuro estabelecer objetivos para os Jogos Olímpicos de 2016, realçando «plausível» que metade dos atletas do primeiro nível chegue às medalhas.
«Se temos três níveis de competição e o nível um são atletas dos quatro primeiros lugares do ‘ranking’ é plausível, e o Comité Olímpico de Portugal (COP) concorda, que metade dos que chegam nessas condições atinja uma medalha. Acho que é um objetivo concreto e baseado no desempenho até aos Jogos», referiu Emídio Guerreiro, em entrevista à agência Lusa.
Em dezembro de 2013, a mais de dois anos do início dos Jogos Olímpicos, que vão decorrer no Rio de Janeiro, apenas o ciclista Rui Costa, a judoca Telma Monteiro e os canoístas David Fernandes e Emanuel Silva integram o nível um do projeto olímpico, um número que o governante espera ver aumentado, mas rejeitando estabelecer metas competitivas.
«É muito prematuro fazer isso, os Jogos Olímpicos são só em 2016. Não vou fazer esse exercício, acho é que foi importante ter estabelecido objetivos: no passado não tivemos objetivos, depois tivemos objetivos fixos, até que em Londres2012 era muito simpático levar o máximo de atletas possíveis e fazer os melhores resultados possíveis… eu acho que isto não é nada, é simpático, mas não é nada», sublinhou.
Emídio Guerreiro revelou a intenção de que os atletas portugueses não encarem a qualificação para os Jogos como o momento mais alto das respetivas carreiras.
«Isso é um passo, um trajeto, gostaríamos que todos percebessem que o momento mais importante são mesmo os Jogos Olímpicos. É muito difícil conseguir a qualificação, mas é necessário incluir um passo mental de que há um passo mais exigente, para que se superem nos Jogos», frisou.
Nesse sentido, Emídio Guerreiro recordou os resultados desportivos obtidos em 2013, em que houve uma «necessidade de uma redução orçamental significativa», para ilustrar a possibilidade de superação dos atletas.
«O ano de 2013 foi extraordinário do ponto de vista de resultados desportivos e não deixa de ser sintomático que foi o ano em que os níveis de financiamento foram menores do que no passado. No entanto, no desempenho somos surpreendidos, felizmente para todos, que poucas semanas passam em que não haja um português ou uma portuguesa a sagrar-se campeão do Mundo ou da Europa», salientou.
O secretário de Estado do Desporto e Juventude recorda que o desporto tem de se adaptar a uma nova realidade, «tal como os portugueses se estão a adaptar», para salientar a necessidade de «fazer mais com menos», que, considera, estar «interiorizada por todos os agentes».
«Eu tenho dito às federações que gostaria de ter dinheiro para fazer 10 estágios internacionais por ano, mas os portugueses não têm e, por isso, temos de nos adaptar. Só existindo financiamento para sete, temos de ser capazes de escolher quais os mais adequados e apostar nesses, sem ir a todas. Se os portugueses se estão a adaptar a esta nova realidade, não passa na cabeça que o desporto fique de fora deste esforço de consolidação orçamental», explicou.
Emídio Guerreiro destacou o «reforço de oito por cento relativamente ao financiamento do ciclo olímpico anterior e de 55% para o ciclo paralímpico» e a «dotação de dois milhões de euros para 2017», por forma a evitar os «constrangimentos» dos anos após Jogos Olímpicos.
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