
Thomas Bach pugnou hoje para que não se reduza a eleição de Kirsty Coventry como sua sucessora na presidência do Comité Olímpico Internacional (COI) a uma luta entre mulheres e homens.
“Penso que não devemos reduzir esta eleição ao facto de que existiam seis [candidatos] homens e uma mulher. Não acredito que tenha sido uma votação de mulheres contra homens ou o inverso. Houve manifestos, apresentações [de programas] em Lausana e os eleitores fizeram a sua escolha”, defendeu.
Durante a 144.ª Sessão do COI, a decorrer em Costa Navarino, na Grécia, a antiga nadadora zimbabueana, de 41 anos, tornou-se na primeira mulher e na primeira africana a ser eleita presidente do organismo, surpreendendo ao garantir a maioria absoluta logo na primeira ronda de votações.
Na corrida com maior número de candidatos de sempre, Coventry recebeu 49 votos, superando o espanhol Juan Antonio Samaranch Jr. (28), o britânico Sebastian Coe (8), o francês David Lappartient e o japonês Morinari Watanabe, ambos com quatro votos, e o jordano Feisal Al Hussein e o sueco Johan Eliasch, que tiveram apenas dois cada.
“Esta vitória, na primeira volta, dá igualmente um excelente sinal de unidade do movimento olímpico”, estimou Bach, que já tinha notado que a eleição na ronda inaugural conferia “um mandato muito forte” à atual ministra do Desporto do Zimbabué.
O alemão, que preside ao organismo desde 2013, declarou ter tudo preparado para ‘passar a pasta’ à nova presidente, num período de transição que durará até 23 de junho.
Segundo Bach, Coventry estará “bem preparada” para começar a trabalhar no dia 24 de junho, “porque [os Jogos de Inverno de] Milão-Cortina não podem esperar”.
“Como todos os outros candidatos, ela tem experiência. É membro da Comissão Executiva do COI há muitos anos. Presidiu a Comissão de Atletas [Olímpicos] em momentos conturbados. Teve sucesso como ministra, por isso tem experiência de liderança” destacou.
O alemão, de 71 anos, defendeu-se das alegações de que fez campanha pela nova presidente, garantindo não ter tido um candidato preferido.
No entanto, disse não ter dúvidas de que o futuro do movimento olímpico será “brilhante” e que Coventry continuará a defender os valores que guiaram o organismo até agora.
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