A um mês do início dos Jogos Olímpicos 2016 no Rio de Janeiro, o centro de ténis e a linha do metropolitano de acesso ao local do maior evento desportivo do mundo estão por finalizar.
A câmara municipal do Rio de Janeiro informou a agência Lusa que 3% do centro de ténis, a primeira obra a ser iniciada para os Jogos Olímpicos, há quase três anos, está por terminar.
Em cerca de dez dias, altura em que foi feito o último balanço para a Lusa, houve um avanço de 4% na conclusão da obra, e foi também terminado o hotel que fica dentro do Parque Olímpico e que conta com 404 quartos, para além de uma área de lazer com piscina, centro de convenções, ginásio e bar.
Entretanto, o Parque Olímpico já foi concluído e entregue ao Comité Rio 2016, com base em informações da autarquia da cidade que recebe os primeiros jogos olímpicos da América do Sul.
Entre greves de trabalhadores por falta de pagamento e problemas na justiça e atrasos das empresas responsáveis por várias construções, a câmara municipal, a principal entidade governamental responsável pelos Jogos, chegou inclusive a rescindir contratos e a substituir empresas a poucos meses do início do evento.
Quanto às obras de acesso ao local, continua por terminar o trecho olímpico da Linha 4 do metropolitano, cujos trabalhos alcançaram esta semana 97%, somente um ponto percentual a mais do que no balanço feito a 40 dias do evento, segundo dados da Secretaria dos Transportes do Estado do Rio de Janeiro.
Depois da entrega da estação Jardim Oceânico no passado dia 30, as obras nas estações Jardim de Alah e Antero de Quental "estão em fase final de acabamento, já com testes de sistemas operacionais, que tiveram início em janeiro e ocorrem por fases", adiantou a mesma fonte à Lusa.
O trecho olímpico do metropolitano faz a ligação entre a Barra da Tijuca, bairro que será palco de grande parte das competições, e a Ipanema, na zona sul da cidade, em seis estações.
A construção está prevista ser inaugurada a 1 de agosto, apenas quatro dias antes do início do evento, que decorre entre 05 a 21 de agosto, o que gera receios na comunidade internacional pelo escasso período de testes.
A finalização dos trabalhos no trecho olímpico esteve na corda bamba na semana passada, depois de a Secretaria do Tesouro Nacional não ter concedido ao Estado do Rio de Janeiro, que enfrenta uma grave crise financeira, aval para a contratação de um empréstimo de 989 milhões de reais (263 milhões de euros) para terminar a obra.
Contudo, entretanto, o governo estadual decidiu usar na obra parte da ajuda do Governo Federal para a segurança dos Jogos Olímpicos.
Quando o dossiê da candidatura brsasileira foi apresentado, há oito anos, estimava-se que o total do evento custaria 28,8 mil milhões de reais (7,68 mil milhões de euros), mas o custo já vai em 39,07 mil milhões de reais (10,2 mil milhões de euros), impulsionado fortemente pela inflação.
A preparação do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos deixou, pelo menos, 11 mortos entre trabalhadores da construção civil.
Além disso, outras duas pessoas morreram na queda de um trecho da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer em abril.
Para marcar os 30 dias antes do evento, será inaugurado hoje "a Nave do Conhecimento e Museu Cidade Olímpica, um espaço interativo (?) com conteúdo relacionado aos desportos olímpicos e à história do maior evento desportivo do planeta", segundo a organização.
A um mês do espetáculo, que reunirá 10.500 atletas de 206 países, a maior preocupação entre as entidades envolvidas prende-se agora com a segurança da cidade.
Não só o Brasil é o país com o maior número absoluto de homicídios no mundo, com 29,1 mortes por 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Violência 2016 divulgado em março, como o Rio de Janeiro enfrenta manifestações e ameaças de greve durante os Jogos por parte de polícias, que se queixam de atrasos no pagamento e falta de condições de trabalho.
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