O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) destacou hoje que a avaliação ao desempenho da missão portuguesa no Rio2016 vai ser feita pela primeira vez coletivamente, por federações, treinadores e atletas.
“Nós já estamos a fazer algo diferente, vamos reunir as federações todas, vamos reunir o Instituto Português do Desporto e da Juventude, vamos olhar para os resultados e interpretá-los, isso é um exercício coletivo que vai ser realizado pela primeira vez, a seguir vamos fazer o mesmo com os treinadores e com os atletas. Seguramente que neste exercício haverá entendimentos comuns e será a partir daí que teremos de atacar o problema para nos próximos Jogos Olímpicos, desejavelmente, consigamos ter uma participação mais em linha com o valor desportivo dos atletas”, explicou José Manuel Constantino.
Em entrevista à agência Lusa, o presidente do COP, que anunciou a sua disponibilidade para se candidatar a um segundo mandato, reiterou a necessidade de perceber o motivo de “uma significativa dos atletas ter um valor desportivo superior ao que conseguiu evidenciar naquele momento”.
“A primeira coisa que temos de fazer é perceber o que se passou, se não fizermos um diagnóstico adequado aos resultados dificilmente encontraremos a terapêutica, porque, o que se passou nos Jogos Olímpicos, em termos gerais, é um traço comum a anteriores participações: o valor que a missão expressa nos Jogos fica aquém do demonstrado em anteriores atos competitivos”, reforçou.
Nesse sentido, Constantino quer encetar uma avaliação com “critérios de natureza técnica” e não “avaliações de natureza sistémica que remetem a explicação para questões de política desportiva, apoios e desporto na escola, um conjunto de questões importantes e um fator explicativo para certo tipo de problemas do sistema desportivo nacional, mas que não ajudam a perceber porque é que um número significativo de atletas vai aos Jogos e não consegue fazer as marcas que já fez”.
“Aparentemente, mas eu posso estar enganado, evidenciam que aqueles momentos não correspondem ao melhor estado de forma dos atletas. Pode haver outras razões, mas aparentemente é isto que pode ajudar a explicar que naquele momento, quem já fez uma determinada marca, faça uma marca inferior. De uma coisa não tenho dúvida, os atletas deram o melhor de si, mas o melhor de si naquele momento não foi o evidenciado noutros atos competitivos e isto é uma constante em várias edições dos Jogos Olímpicos”, concluiu.
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