A meta chinesa de desenvolver uma nova indústria de turismo no país centrada nos desportos de inverno, estabelecida pelo Presidente Xi Jinping, justificou o investimento de milhares de milhões de dólares na organização dos Jogos Olímpicos de Inverno.

A preparação para os Jogos, que arrancam em 4 de fevereiro e terminam 16 dias depois, acarretou a construção de linhas ferroviárias de alta velocidade, que vão levar os atletas a novas estâncias de esqui fora de Pequim.

Nas próximas décadas, estas mesmas ligações vão levar turistas chineses para as montanhas.

Os Jogos “vão inspirar mais de 300 milhões de chineses a praticar desportos de inverno se vencermos, o que contribuirá muito para o desenvolvimento da causa olímpica internacional”, disse Xi, em 2015.

A Rússia terá gastado 51 mil milhões de dólares (quase 46 mil milhões de euros) nos Jogos de Sochi de 2014, um preço que deve permanecer como recorde olímpico por muitos anos.

Mas a motivação da China, como a Rússia em 2014, é um plano apoiado pelo Estado para criar setores domésticos de lazer e turismo. Grande parte do orçamento é destinado a um sistema de transporte cidade - montanha.

A China destinou mais de 9 mil milhões de dólares (8 mil milhões de euros) para a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade que liga Pequim a estâncias de esqui próximas, em Zhangjiakou e Yangqing, onde as pistas foram esculpidas em montanhas que recebem pouca neve natural.

O orçamento para operações específicas para sediar os Jogos deverá ascender a cerca de 4 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros). Os locais construídos em Pequim para os Jogos Olímpicos de 2008 foram reaproveitados. O Cubo de Água para natação agora é o Cubo de Gelo, que vai servir para modalidades dos Jogos de Inverno.

A China tem agora mais de 650 pistas de gelo e 800 estações de esqui, informou o jornal oficial em língua inglesa China Daily, citando o Centro Administrativo Nacional de Desportos de Inverno.

Estes números marcam aumentos de 317% e 41%, respetivamente, face a 2015.

A China esperava uma receita modesta de relativamente poucos visitantes internacionais para os Jogos de Inverno mesmo antes da pandemia tornar as viagens impossíveis.

Os ingressos também não estão a ser vendidos para residentes na China, cortando outra fonte de receitas do anfitrião.

Os próprios números do COI mostram que a maior receita com a venda de ingressos em todas as edições dos Jogos de Inverno foi de 250 milhões de dólares (225 milhões de euros), em Vancouver 2010.

O comité organizador da cidade anfitriã obtém receitas através dos acordos com patrocinadores domésticos.

O comité organizador de Pequim tem 44 parceiros comerciais, quase todos chineses, em quatro níveis que incluem fornecedores de bens e serviços. Os 11 “parceiros” de primeira linha incluem a companhia aérea Air China e o banco Bank of China.

As vendas de produtos associados ao evento, como luvas e mascotes, também aumentam a receita dos organizadores locais.

O COI recebe milhares de milhões de dólares de emissoras de todo o mundo e de patrocinadores que obtêm direitos globais exclusivos, e tem agora 13 patrocinadores de primeira linha, incluindo as empresas chinesas Alibaba e Mengniu ou a norte-americana Coca-Cola.

O comité vai também doar 880 milhões de dólares (790 milhões de euros) para os custos dos organizadores de Pequim.

O COI também distribuiu 215 milhões de dólares (190 milhões de euros) da sua receita com os Jogos de 2018 entre os sete órgãos reguladores dos desportos dos Jogos de Inverno.

Outros 215 milhões de dólares foram distribuídos entre os comités olímpicos dos respetivos países que participam na competição.

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