A baía de Guanabara viu hoje ser inaugurado o sítio olímpico para o Rio2016, em ambiente longe do idealizado, com muita poluição nas águas e obras por concluir, a quatro meses dos Jogos Olímpicos.

O quadro que se queria 'de sonho' está longe de o ser e passa mais por uma visão 'de pesadelo', com operários a laborar em pleno nas instalações portuárias e nos pontões e um esgoto ainda a fazer descargas para o porto, numa obra que deveria estar totalmente fechada em meados de abril.

Mesmo assim, o presidente do município, Eduardo Paes, e o ministro dos Desportos, Ricardo Leyser, estiveram presentes no que se queria como um 'cartão de visita' do evento e da cidade, para declarar aberto o 'Rio Boat Show', exposição dos barcos que vão ser utilizados pelo Brasil na vela dos Jogos Olímpicos.

A escolha da baía de Guanabara para a vela do Rio2016 foi determinada pelo seu enquadramento, a permitir imagens tendo por fundo os arranha-céus do centro da cidade, mas também o monte de Santa Teresa e o Pão de Açúcar.

Apesar dos contratempos, o otimismo não desapareceu do discurso do ministro: "felizmente, as crises económica e política em nada afetaram a organização dos Jogos, porque nos adiantámos e obtivemos uma grande participação do setor privado", disse o governante, nomeado em março em plena crise política e turbulência na coligação do Governo.

A evidente poluição das águas, com excrementos e objetos trazidos pelos esgotos que se juntam aos detritos do tráfego portuário e indústria petroquímica, vai por enquanto 'negando' o investimento feito de 2,5 milhões de euros na despoluição.

"Quando os Jogos tiverem lugar, será a estação seca, logo com poucas descargas poluentes", disse por seu lado Eduardo Paes. "Dois 'test-events' realizaram-se sem problemas. A baía de Guanabara é um desafio para a cidade, não para os Jogos. Não é uma ocasião falhada, porque fizemos muita coisa, despoluimos 60 por cento e vamos chegar aos 80 por cento", disse.

Marco Aurélio, presidente da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), congratula-se com a "herança" deixada pelas novas instalações e pelo aproveitamento que daí pode vir para a modalidade. Ainda assim, lamentou que "não tenha sido cumprido o compromisso com a população de ser possível banhar-se na baía de Guanabara e utilizar a área como zona de lazer".

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