Os V Jogos de Portugal Special Olympics, destinados a atletas com deficiência intelectual, terminaram hoje, em Loures, e a diretora nacional da organização diz que o evento registou uma melhoria no desempenho dos participantes, depois da paragem pela pandemia.
Segundo Maria João Figueira, “verificou-se um desenvolvimento”, após a perda de capacidades durante o período de pandemia, que impossibilitou a prática desportiva e condicionou durante um largo período algumas modalidades.
“As instituições retomaram este ano os treinos e os atletas conseguiram fazer melhores marcas do que no início de 2022”, salientou a diretora nacional dos Special Olympics Portugal, que sublinhou ser “muito gratificante a retoma das modalidades, dado que as instituições vêm de um sistema de trabalho um pouco diferente, devido à pandemia”.
Para o presidente dos Special Olympics Portugal, António Marques, a quinta edição dos Jogos de Portugal, que se realizaram entre quarta e hoje em Loures, com modalidades como o atletismo e o golfe disputadas no Jamor, em Oeiras, e o hipismo na Ajuda, em Lisboa, “foi uma grande festa para todos os participantes, até porque foi o primeiro grande evento depois da paragem a que a pandemia obrigou”.
António Marques destacou os ganhos conseguidos do ponto de vista comportamental e social, através deste tipo de interação, além da importância de as instituições “terem uma prática desportiva metódica”.
O presidente realçou, em declarações à Lusa, como o mais importante dos V Jogos Nacionais “o convívio”, um “ambiente que ultrapassou as expectativas” e “o empenho de todos os participantes”.
No evento participaram 29 instituições que trabalham com pessoas com deficiência intelectual e cerca de 250 atletas, mas “a missão é alargar, o mais possível, o número de associações, para que também aumente o número de atletas” nas iniciativas realizadas, e António Marques frisou estar a ser trabalhada a sensibilização das estruturas da área, para que mais pessoas tenham a oportunidade de ter uma prática desportiva regular.
Maria João Figueira sublinhou a importância deste tipo de eventos para que os participantes “sintam que são parceiros na sociedade, quando se fala de inclusão”.
“O que acontece, muitas vezes, é que as oportunidades de praticar desporto nem sempre são as mesmas que tem quem não tem deficiência”, vincou a diretora nacional dos Special Olympics, em declarações à agência Lusa.
Nas oito modalidades disputadas, atletismo, basquetebol, futsal, ginástica rítmica, golfe, equitação, natação e ténis de mesa, há oito participantes em cada prova e igual número de lugares no pódio, assim como medalhas para todos, embora se pretenda que cada um se supere.
As provas são organizadas numa lógica de integração e de competição entre iguais, o que significa que é implementado o ‘divisioning’, com os atletas inscritos em séries com tempos semelhantes. Se alguém terminar com um tempo superior em 10 % àquele com que foi inscrito, é desclassificado, porque devia estar incluído em outro nível.
Os olhos estão agora postos nos Jogos Mundiais Special Olympics do próximo ano, em Berlim, onde António Marques tenciona “levar uma grande delegação”, cerca de 60 pessoas, entre atletas e técnicos.
“Vamos agora focar-nos nos Mundiais, quer do ponto de vista prático, quer financeiro”, reforçou a diretora nacional do movimento.
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