Mais de 20 atletas angolanos procuram em agosto, nos Jogos Olímpicos Rio2016, novas marcas nacionais em seis modalidades, numa participação condicionada pela crise em Angola e reduzida face às competições anteriores.
Em entrevista à agência Lusa, o presidente do Comité Olímpico Angolano, Gustavo da Conceição, admitiu que as dificuldades financeiras, económicas e cambiais que afetam o país, devido à quebra nas receitas da exportação de crude, influenciaram a preparação destes Jogos.
"Neste período de dificuldades financeiras e de acesso às divisas, enfrentamos um conjunto de problemas de ordem organizativa e desportiva que só o espírito patriota, a determinação, a criatividade e união de esforços entre diferentes atores têm criado condições para ultrapassar", explicou, reconhecendo o papel do Governo, dos dirigentes, federações, patrocinadores e mesmo familiares dos atletas qualificados.
A missão olímpica, com os atletas já qualificados, é a segunda mais pequena de sempre na história angolana (36 anos), apenas superada pelos Jogos Olímpicos de Moscovo, em 1980, com 11 atletas, e longe do máximo de 34 de Londres, em 2012.
A comitiva para o Rio de Janeiro conta com atletas apurados nas modalidades de andebol (14 e um suplente), vela (três), remo (dois), natação (um), judo (um) e tiro (um).
Admitindo "consciência" com as "dificuldades" que ainda esperam os atletas angolanos, Gustavo da Conceição, antigo basquetebolista, aponta objetivos mais modestos para as competições do Rio de Janeiro.
"Nestas circunstâncias, o nosso objetivo é a procura do recorde, a superação das metas, marcas e tempos e a ultrapassagem daquilo que se fez no passado em competições homólogas", explicou à Lusa o presidente do comité olímpico angolano.
Apesar das "vicissitudes por que têm passado nesta fase de preparação", Gustavo da Conceição afirma que os atletas angolanos "estão muito motivados e disponíveis".
"Acreditamos que aqueles que no passado conseguiram, por mérito, a qualificação para os Jogos, tudo farão para a obtenção de bons resultados", concluiu, sem distinguir os atletas com potencial para melhorar os desempenhos nos Jogos Olímpicos de 2016.
Ainda assim, da natação, individual, bem como do andebol, coletivo, esperam-se os melhores resultados da participação angolana.
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