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Vicente Moura deverá deixar a presidência do COP em março de 2013.
O secretário de Estado do Desporto e Juventude (SEDJ), Alexandre Mestre, garantiu que mantém a intenção de convidar Vicente Moura a dar ao seu contributo na preparação dos próximos ciclos olímpicos.
«Convidá-lo-ia novamente, e espero que ainda o faça, no sentido de contribuir», afirmou Alexandre Mestre, que recentemente viu Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) considerar que o «Governo navega à vista» em matéria de política desportiva.
Em entrevista à agência Lusa, Alexandre Mestre considerou que Vicente Moura, que deverá deixar a presidência do COP em março de 2013, tem uma experiência que deve ser aproveitada.
«Tem uma experiência e se ama o desporto como diz que ama, e eu acredito que ama, tem de pensar acima de tudo nos atletas e dizer: face à minha experiência eu acho que o futuro a três ciclos olímpicos deveria ser desta maneira», referiu o governante.
Alexandre Mestre destacou que Vicente Moura é «uma pessoa que está há 30 anos ligado ao desporto nacional em várias frentes e tem 18 anos de experiência na presidência do COP», acrescentando: «tem muito saber, tem muita experiência, teve antes também a nível federativo, contactou com muitos membros do Governo».
O secretário de Estado considerou que a reação de Vicente Moura ao seu discurso no jantar do 103.º aniversário do COP foi «uma crítica incisiva», que «nunca tinha sido feita ao longo do tempo de trabalho conjunto».
«Pelo facto de ter espelhado esta minha convicção de que trabalhámos bastante houve aquela reação e uma mudança total de opinião do senhor presidente, pessoal e, sobretudo, institucional em relação à minha pessoa», considerou.
O governante recordou que no discurso de 30 novembro fez «uma avaliação objetiva do trabalho desenvolvido», salientando: «É difícil em 15 meses um Governo fazer mais pelo olimpismo do que este».
«Se houve uma reação em função do nosso trabalho porventura será porque a avaliação que fazemos, com factos objetivos, não coincidirá com aquela que, confesso, de forma muito surpreendente, me deparei num jornal generalista, poucos dias antes do jantar de que nós estaríamos a navegar a vista e que este governo não tinha estratégia», salientou.
Alexandre Mestre garantiu que ao longo de 15 meses, o Executivo trabalhou sempre em conjunto com o COP em matérias tão diferentes como a preparação olímpica, a atração de patrocínios ou a tributação das bolsas pós-carreira.
No jantar do COP, Vicente Moura acusou Mestre de ter proferido «um discurso propagandístico», reiterou a ideia de que o «Governo navega à vista» e manifestou o seu desagrado para com Mestre.
«Fico a pensar que disse que conheci muitos ministros e muitos secretários de Estado, uns que gostei bastante e outros apenas gostei, tenho de dizer que deste eu apenas desgosto», disse Vicente Moura, em declarações aos jornalistas, após a celebração do aniversário do COP.
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