O Conselho Fiscal do Vitória de Guimarães, da I Liga portuguesa de futebol, emitiu hoje parecer “favorável”, por unanimidade, à venda de 46% da SAD ao fundo V Sports, que será votada em assembleia geral extraordinária, na sexta-feira.

Num documento publicado no sítio oficial do clube vimaranense, o órgão entende que o fundo do multimilionário egípcio Nassef Sawiris, que é também um dos proprietários da empresa NSWE, detentora dos ingleses do Aston Villa, tem “músculo financeiro capaz de alavancar e potenciar o valor da SAD”, caso se concretize o acordo que fixa a venda por 5,5 milhões de euros, uma doação de dois milhões para infraestruturas e uma linha de crédito até 20 milhões.

“Os membros do conselho fiscal declaram (…) emitir, por unanimidade, um parecer favorável à venda das 414.000 ações da categoria B da Vitória SC Futebol SAD, detidas pelo Vitória SC à V Sports, participação essa que equivale a 46% da SAD”, refere o documento.

O órgão presidido por Ricardo Lobo sugere que o valor definido para a venda está condicionado pelo “acumular de instabilidade diretiva – cinco presidentes nos últimos 20 anos” - e pela “instabilidade financeira”, que se refletia numa SAD com capital próprio negativo de 17,6 milhões de euros em 30 de junho de 2022.

O conselho fiscal sugere ainda que o donativo de dois milhões de euros para infraestruturas conselho fiscal pode refletir “a aposta na formação” e defende que a taxa de juro de 5,5% associada à linha de crédito é “bastante interessante” face à “praticada atualmente”, entre os 8,5 e os 9%.

Convencidos de que a “carência do pagamento de juros nos primeiros dois anos” e o prazo de cinco anos para pagamento do capital em dívida permitem uma “gestão muito prática” da linha de crédito, os elementos desse órgão social pedem à direção presidida por António Miguel Cardoso para utilizarem o crédito com “enorme cuidado”.

Em caso de incumprimento dos prazos de pagamento das dívidas relativas à linha de crédito, o Vitória de Guimarães tem de ceder receitas de direitos televisivos, em primeiro lugar, percentagens de passes de jogadores, em segundo, e ações da SAD por último, o que pode levar o clube a perder a maioria do capital social.

Apesar de considerar “pouco ou nada provável que algum dia essas ações possam ser alvo de execução”, o conselho fiscal vitoriano compromete-se a referenciar “todos os movimentos associados à linha de crédito” a cada semestre, nos dias 30 de junho e 31 de dezembro, no caso de os sócios aprovarem o negócio na sexta-feira.

O órgão reitera que a possível “entrada do novo parceiro no capital social” da SAD acarreta “uma maior exigência e uma maior responsabilização” do órgão fiscalizador, manifestando o “compromisso de honra” de informar os sócios vitorianos acerca dos movimentos da linha de crédito e de manter “total independência face à direção”.

O conselho fiscal enalteceu também a direção por convocar os sócios para votarem a venda de 46% da SAD ao fundo V Sports, estando, dessa forma, “presentes nas decisões estruturais do clube”.

Caso o “princípio de acordo” seja ratificado”, o clube assegura a propriedade 50,84% do capital social da SAD, ficando os restantes 3,16% das ações “dispersos por pequenos acionistas”, informou o clube em fevereiro.

A assembleia geral extraordinária realiza-se na sexta-feira, no Pavilhão Desportivo Unidade Vimaranense, a partir das 20:15.

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