O Sporting também está a ser alvo de buscas pela Polícia Judiciária. No entanto, as buscas não tem nada a ver com os processos relativos ao Benfica e Santa Clara e o caso Mala Ciao. No período investigado pela PJ, de acordo com a SAD do Sporting, o clube foi liderado por Godinho Lopes (até 2013) e por Bruno de Carvalho.
Este processo do Sporting investiga negócios entre 2011 e 2014 e tem a ver com a entrada da Holdimo no capital social da SAD. A empresa de Álvaro Sobrinho detém 30 por cento do Capital social da Sporting SAD.
De acordo com a empresa, "é uma participação qualificada que resulta de uma parceria iniciada em Junho de 2011. Com uma situação financeira particularmente difícil, em plena crise financeira, o Sporting solicitou apoio à Holdimo. Através do seu presidente, Dr. Álvaro Sobrinho, bisneto de Joaquim Madaleno, fundador do Sporting Clube de Portugal, a Holdimo respondeu presente e subscreveu um acordo de cooperação Financeira - Desportiva", refere a Holdimo.
"A Holdimo adquiriu, pelo valor de dezasseis milhões e 50 mil euros, percentagem dos direitos económico de 17 jogadores". Mais tarde, "no início de 2013, é feito um reforço do investimento ficando a Holdimo com percentagem de direitos económicos de 28 jogadores, correspondendo a um valor de 20.600.000€ (vinte milhões e seiscentos mil euros) […] Em 2013, e após uma reestruturação financeira no Sporting, a Holdimo converte os créditos que detém sobre a SAD em participações, permitindo aos leões um encaixe financeiro de 20 milhões de euros e, indirectamente, mais 20 milhões pela libertação dos direitos económicos dos jogadores que serviram como garantia", esclarece a empresa, numa nota.
O Sporting também já esclareceu as buscas às suas instalações por parte das autoridades judiciais
"A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD confirma a realização de buscas por parte da Polícia Judiciária às suas instalações. Em causa um alegado crime de branqueamento de capitais referente ao período de 2011 a 2014. A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD disponibiliza-se para colaborar com as autoridades para o esclarecimento de todo este processo.
Congratulamo-nos ainda com o esforço do Ministério Público e das autoridades competentes em prol da verdade desportiva e da transparência, contribuindo para a dignificação do futebol português, neste e noutros processos", escreve os 'leões', em comunicado.
Benfica e Santa Clara também tinham confirmado terem sido alvo de buscas, no âmbito de uma investigação relacionada com negócios no futebol, já detalhada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Durante a manhã de hoje, a PGR confirmou a realização de 29 buscas: "oito domiciliárias; uma, a uma fundação; seis, a instalações de três sociedades desportivas; nove, a outros tipos de sociedade; três, a dois clubes desportivos; e duas, a dois escritórios de advogados".
As buscas, de acordo com o mesmo documento, "decorrem em vários locais do país e contam com a participação de magistrados do Ministério Público e dos tribunais de Instrução Criminal, inclusive, o Central e elementos da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária".
"Nos inquéritos investigam-se factos suscetíveis de integrarem crimes de participação económica em negócio ou recebimento indevido de vantagem, corrupção ativa e passiva no fenómeno desportivo, fraude fiscal qualificada e branqueamento", refere a PGR, acrescentando que "estão em causa negócios de diversa natureza, todos relacionados com o futebol profissional".
De acordo com o mesmo comunicado, "investigam-se ainda a aquisição dos direitos desportivos e económicos dos jogadores por parte de clubes nacionais de futebol, empréstimos concedidos a um destes clubes e a uma sociedade desportiva por um cidadão de Singapura com interesses em sociedades sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas e a utilização das contas do mesmo clube e de outro, para a circulação de dinheiro".
Além das SAD, "as investigações incidem igualmente sobre o envolvimento de outros tipos de sociedades (algumas ligadas ao setor imobiliário)", devido ao "pagamento em dinheiro de prémios de jogo, a satisfação de dívidas pessoais de dirigentes, a utilização por estes de valores dos clubes e a omissão declarativa de operações fiscalmente relevantes".
A revista Sábado já tinha noticiado que duas das SAD investigadas seriam as de Benfica e Santa Clara, estando em causa dois processos, um sobre a transferência de jogadores líbios e outro relacionado com o caso Mala Ciao.
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