Em comunicado hoje divulgado, os moradores dizem que a providência cautelar deu entrada na terça-feira no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga e foi “limiarmente aceite”, ficando a obra suspensa, para já, por dez dias.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que o município ainda não foi notificado da decisão do tribunal, mas mesmo assim suspendeu imediatamente a obra “por respeito à PSP”, que foi chamada ao local pelos moradores.
“Quando formos notificados, vamos imediatamente expor os nossos argumentos e estamos convencidos de que a obra será retomada a muito curto prazo”, acrescentou.
No comunicado hoje divulgado, os moradores e locais dizem que “querem, somente, que não se abatam árvores, que não se destruam espaços verdes, que se mantenham os poucos e acanhados espaços de lazer para diversão de crianças e famílias”.
Os moradores sustentam que está previsto para o abate de 16 árvores ali existentes, ocupando o espaço com betão e despindo-o de qualquer sentido, arruinando assim “o pouco bem-estar dos locais”.
Esgrimem ainda um estudo, que dizem já ter entregado à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que alegadamente demonstra que a ampliação e reabilitação do Pavilhão das Goladas “não cumpre requisitos mínimos”.
Segundo o estudo, a existência de um pavilhão desportivo naquele local “agrava significativamente as condições de segurança contra incêndio, dado o afluxo de espetadores e respetivos veículos, ligeiros e pesados”.
Ricardo Rio diz que este argumento da segurança é “mais uma falsa questão”, já que os dias de jogos contam sempre com policiamento.
A Câmara de Braga vai investir 1,6 milhões de euros na requalificação e ampliação do Pavilhão das Goladas, uma intervenção que duplicará a capacidade do equipamento, passando de 430 lugares sentados para 854.
Segundo Ricardo Rio, a intervenção vai implicar a “relocalização de algumas árvores” ali existentes.
Reiterou que se trata de um projeto estratégico para a cidade, para o clube que ali joga (Hóquei Clube de Braga) e para uma escola com mais de 500 alunos.
O município sustenta que, com a intervenção, o pavilhão será “completamente adaptado às necessidades dos seus utilizadores”.
“Optámos por uma requalificação integral em vez de uma mera intervenção paliativa que não ia resolver os problemas estruturais. Passaremos a contar com um pavilhão de futuro, adaptado às exigências desportivas e sociais e com todas as condições para continuar a ser um estímulo à atividade desportiva da comunidade”, referiu o presidente da Câmara.
Ricardo Rio lembrou que em 20 anos o pavilhão “não foi alvo de nenhuma intervenção de fundo com vista à sua requalificação ou conservação, apresentando já uma notória degradação estrutural e funcional”.
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