O fecho do mercado

Num ano fora do comum, o mercado de transferências de verão arrastou-se até ao início de outubro e, no campeonato nacional de futebol, foram muitas as mexidas, principalmente nos três grandes.

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O FC Porto encaixou 35 milhões de euros (ME) pela venda dos futebolistas Alex Telles e Danilo na reta final do mercado de transferências em Portugal. O defesa brasileiro rumou aos ingleses do Manchester United por 15 ME imediatos, enquanto o médio português seguiu para os franceses do Paris Saint-Germain.

Nos derradeiros dias do defeso, os campeões nacionais rentabilizaram ainda as vendas de Tiquinho Soares (Tianjin Teda, 5,5 ME), Zé Luís (Lokomotiv Moscovo, cinco ME) e Yordan Osorio (Parma, quatro ME), assistiram às despedidas de Vaná (Famalicão) e Vincent Aboubakar (Besiktas) sem qualquer compensação e libertaram Saidy Janko (Valladolid).

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O FC Porto negociou ainda as cedências de Fernando Andrade (Rizespor) e Tomás Esteves (Reading), Fábio Silva (40 ME) e Vítor Ferreira (empréstimo com opção de compra, de 20 ME) para o Wolverhampton.

Já o Benfica emprestou com surpresa o promissor médio Tiago Dantas ao campeão alemão e europeu Bayern Munique, fixando a opção de compra nos oito ME, em moldes idênticos à cedência do avançado Carlos Vinícius, cuja cláusula ronda os 45 ME, dos quais três já foram liquidados pelo Tottenham.

Outros empréstimos incluíram os defesas Pedro Álvaro (Belenenses SAD), Pedro Pereira (Crotone) e Tomás Tavares (Alavés), os médios Alfa Semedo (Reading), David Tavares (Moreirense), Florentino (AS Mónaco), Krovinovic (West Brom) e Nuno Santos (Boavista) e os avançados Cádiz (Nashville), Jota (Valladolid) e Yony González (LA Galaxy).

O defesa português Rúben Dias liderou a tabela de vendas definitivas do Benfica, assinando pelo Manchester City a troco de 68 ME, bem distanciado do colega de setor Cristian Lema (Damac, dois ME) e do guarda-redes Ivan Zlobin (um ME). Com rescisão acordada ficaram Alex Pinto (Farense), Bruno Varela (Vitória de Guimarães), Chris Willock (QPR), Heriberto Tavares (Brest), Ljubomir Fejsa (Al Ahli) e Andrija Zivkovic (PAOK).

Já o o Sporting despediu-se do médio Wendel, que rumou aos russos do Zenit por 20,3 ME, seguindo as pisadas dos alas Marcos Acuña (Sevilha, 10,5 ME) e Matheus Pereira (9,1 ME), comprado a título definitivo pelo West Bromwich.

O defesa Jérémy Mathieu terminou a carreira em Alvalade, de onde partiram André Geraldes (APOEL), Rafael Barbosa (Tondela), Miguel Luís (Vitória de Guimarães), Francisco Geraldes e Gelson Dala (Rio Ave), a custo zero, numa janela marcada por diversos empréstimos de excedentários, com Rodrigo Battaglia (Alavés) à cabeça.

Valentin Rosier (Besiktas), Idrissa Doumbia (Huesca), Eduardo Henrique (Crotone), Mattheus Oliveira (Coritiba), Filipe Chaby (Académica), Abdoulay Diaby (Getafe), Pedro Mendes (Almería), Leonardo Ruiz (Logroñés) tiveram o mesmo destino, embora sem representarem ‘baixas’ significativas no rejuvenescimento do plantel do Sporting.

Em sentido contrário, o defesa francês Malang Sarr, o médio sérvio Marko Grujic e o avançado brasileiro Felipe Anderson foram cedidos aos ‘dragões’ até ao final da temporada, oriundos dos ingleses do Chelsea, do Liverpool e do West Ham, respetivamente. Além disso, os azuis e brancos garantiram ainda a contratação de Evanilson, avançado brasileiro de 20 anos, que chegou ao Dragão proveniente do Fluminense.

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O FC Porto dedicou-se ao mercado português para adquirir o guarda-redes Cláudio Ramos (ex-Tondela) e os defesas Carraça (ex-Boavista), Nanú (Marítimo, dois ME) e Zaidu (ex-Santa Clara, quatro ME). O ‘raide’ interno permitiu ainda acolher os avançados Toni Martínez (ex-Famalicão, 3,5 ME) e Mehdi Taremi (ex-Rio Ave, cinco ME).

Já o Benfica contratou os avançados Everton Cebolinha (ex-Grêmio, 20 ME), Pedrinho (ex-Corinthians, 18 ME) e Luca Waldschmidt (ex-Friburgo, 15 ME) e os defesas Nicolás Otamendi (ex-Manchester City, 15 ME), Jan Vertonghen (ex-Tottenham, a custo zero) e Jean-Clair Todibo, cedido à última hora pelo FC Barcelona, a troco de dois ME.

Helton Leite (1,5 ME) e Gilberto (três ME) chegaram de Boavista e Fluminense, respetivamente, e Diogo Gonçalves regressou do Famalicão, num verão distinguido pela investida falhada no avançado Edinson Cavani e pelas esperanças depositadas no compatriota de setor Darwin Núñez (ex-Almería), estimadas em 24 milhões de euros.

João Mário foi a grande figura do mercado do ‘leão’ de Rúben Amorim, além do médio Pedro Gonçalves (ex-Famalicão, 6,5 ME), os extremos Bruno Tabata (ex-Portimonense, cinco ME) e Nuno Santos (ex-Rio Ave, três ME) e os defesa Zouhair Feddal (ex-Real Bétis, três ME) e Antunes (ex-Getafe, sem custos).

Unindo experiência com juventude, o Sporting também adquiriu a custo zero o guarda-redes Antonio Adán (ex-Atlético de Madrid), integrou os médios Daniel Bragança e João Palhinha e viu chegar o defesa Pedro Porro por empréstimo do Manchester City, mas falhou as negociações com Islam Slimani e Paulinho pelo desejado avançado.

Imutável na reta final do mercado, o Sporting de Braga trouxe a custo zero os médios Al Musrati (ex-Vitória de Guimarães) e André Castro (ex-Goztepe) e apostou em Iuri Medeiros (ex-Nuremberga), Guilherme Schettine (ex-Santa Clara) e no antigo extremo benfiquista Nico Gaitán, uma das grandes transferências da pré-época em Portugal.

O Vitória de Guimarães resgatou o veterano Ricardo Quaresma, já o investimento de Gérard Lopez alimenta expectativas no Boavista, que reuniu em 19 reforços o talento de Angel Gomes (cedido pelo Lille), a experiência do campeão mundial Adil Rami e do ex-benfiquista Javi García, bem como a resiliência de Musa Juwara.

As competições europeias

Em outubro continuou ainda a saga das equipas portuguesas nas competições europeias, apesar de nem todas terem contado com um final feliz.

O Rio Ave esteve à beira de afastar o poderoso AC Milan e entrar na fase de grupos da Liga Europa pela segunda vez, mas os Deuses do futebol nada quiseram com a equipa vila-condense, no jogo mais importante dos seus 81 anos de história. Depois do empate no prolongamento e, após 24 pontapés de penálti, os italianos foram mais competentes e eliminaram os portugueses.

Igual sorte teve o Sporting que viu o Lask impor-se em Alvalade por 4-1 numa das noites mais negras do clube lisboeta nas competições europeias. Os leões saíram da Liga Europa com um resultado muito pesado e depois de uma exibição para esquecer.

Melhor sorte tiveram Benfica e Sporting de Braga. Depois de cair da Champions, o Benfica ficou no Grupo D da Liga Europa com os belgas do Standard Liège, os escoceses do Rangers e os polacos do Lech Poznan. Enquanto o Sporting de Braga calhou no Grupo G, com Leicester de Inglaterra, AEK da Grécia e o Zorya Luhansk, da Ucrânia.

Os jogos da fase de grupos começaram ainda em outubro. Na primeira jornada, o Sporting de Braga venceu o AEK de Atenas, por 3-0, no Estádio Municipal de Braga, enquanto o Benfica venceu no reduto do Lech Poznan por 4-2, com um hat-trick de Darwin. Já na segunda jornada, os arsenalistas venceram o Zorya na Polónia por 2-1 e os encarnados bateram o Standard Liège por 3-0, na Luz.

Na Liga dos Campeões, o FC Porto ficou a saber que iria estar no Grupo C com o Manchester City, o Olympiakos e o Marselha. Logo na primeira jornada, os dragões perderam por 3-1 na deslocação a Manchester. Já na segunda ronda, a equipa de Sérgio Conceição venceu o Olympiakos em casa por 2-0.

Liga das Nações e CR7 infetado

Outubro foi também mês de compromissos das seleções. Logo no início do mês, Portugal e Espanha empataram sem golos no Estádio José Alvalade, num jogo amigável que ficou marcado pelo regresso dos adeptos aos estádios em Portugal continental.

Poucos dias depois, Portugal voltou a empatar sem golos, mas desta vez com a França, na 3º jornada da Liga das Nações, no regresso a Saint-Denis quatro anos depois da vitória frente aos gauleses para o Euro2016. No último de três compromissos, a seleção portuguesa recebeu e venceu a seleção da Suécia, por 3-0, no Estádio de Alvalade, com um golo de Bernardo Silva e um bis de Diogo Jota.

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Fora deste último encontro ficou Cristiano Ronaldo, que testou positivo à COVID-19. O capitão da Seleção Nacional ficou em isolamento, e não chegou a apresentar qualquer sintoma da doença. O avançado da Juventus foi o terceiro jogador de Portugal a estar infetado com o novo coronavírus, depois de José Fonte e Anthony Lopes.

A reeleição de Luís Filipe Vieira

Já no final do mês, Luís Filipe Vieira foi reeleito presidente do Benfica. O candidato da lista A venceu as eleições com 62,59% (471.660 votos), batendo a lista B, liderada pelo gestor João Noronha Lopes, que conseguiu 34,71% (261.574), e a lista D, do advogado Rui Gomes da Silva, que ficou nos 1,64% (12.341).

Luís Filipe Vieira, de 71 anos, que já é o presidente com mais tempo na liderança do Benfica, foi reeleito para o quadriénio 2020-2024, depois de ter sido eleito pela primeira vez há 17 anos, em 2003.

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Além disso, estas eleições para a presidência do Benfica bateram o recorde histórico das mais votadas de sempre, com 38.102 votantes, superando o registo alcançado no sufrágio de 2012, quando 22.676 exerceram o direito de voto, num ato em que Vieira foi desafiado por Rui Rangel.

Modalidades

Outubro ficou fortemente marcado pela participação de João Almeida na Volta a Itália. O ciclista português envergou a camisola rosa por 15 dias, perdendo-a apenas na dura etapa do Stelvio. Ainda assim o ciclista de A-dos-Francos terminou a prova no 4.º lugar, a melhor classificação de sempre de um português na prova italiana.

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Também no ciclismo, o português Amaro Antunes (W52-FC Porto) venceu a Volta a Portugal - Edição Especial. Na geral, Amaro Antunes venceu pela primeira vez a prova, com 42 segundos de avanço sobre Veloso, que subiu ao segundo lugar, e 52 sobre o português Frederico Figueiredo (Atum General-Tavira).

Outro dos grandes destaques deste mês foi o regresso da Fórmula 1 a Portugal. Em Portimão, Lewis Hamilton venceu o Grande Prémio de Portugal e chegou à 92.ª vitória da carreira, tornando-se o piloto mais vitorioso da história da Fórmula 1, à frente do alemão Michael Schumacher.

Noutras modalidades, o Sporting sagrou-se campeão nacional de futebol de praia pela terceira vez na sua história, depois de vencer a Casa Benfica de Loures, por 6-3. Já a jovem tenista Iga Swiatek, de 19 anos, conquistou o seu primeiro título do 'Grand Slam', ao vencer na final de Roland Garros a norte-americana Sofia Kenin. Na competição masculina, o espanhol Rafael Nadal derrotou o sérvio Novak Djokovic e conquistou o 13.º título de Roland Garros.

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