O número de mortos nos tumultos ocorridos no sábado num estádio em Malang, na Indonésia, subiu para 131, declarou hoje um responsável da agência de saúde local, lembrando também que cerca de 300 pessoas ficaram feridas no incidente.
O balanço anterior de mortes divulgado pelas autoridades indonésias foi de 125 mortos, incluindo 32 crianças.
As seis mortes adicionais ocorreram devido aos ferimentos que estas pessoas sofreram durante os distúrbios e os corpos já "foram devolvidos às suas famílias", afirmou hoje à agência de notícias AFP Wiyanto Wijoyo, o responsável pela agência de saúde de Malang.
O Governo suspendeu todos os jogos da principal liga nacional de futebol e anunciou o lançamento de uma investigação sobre a tragédia.
Os investigadores do caso interrogaram hoje responsáveis da polícia indonésia no âmbito do incidente no estádio em Malang, informaram as autoridades locais.
O chefe da polícia de Malang, Ferli Hidayat, foi despedido na segunda-feira e nove polícias foram suspensos, enquanto outros 19 polícias foram interrogados sobre os tumultos que ocorreram no estádio, que estava ocupado apenas por adeptos do Arema FC, explicou o chefe da polícia nacional indonésia, Dedi Prasetyo.
O chefe de polícia da província de Java Oriental, Nico Afinta, onde ocorreram os distúrbios no estádio de futebol no sábado, pediu hoje desculpas.
"Como chefe de polícia regional, estou preocupado, entristecido e, ao mesmo tempo, lamento as deficiências do sistema de segurança", disse Afinta numa conferência de imprensa em Malang.
Os tumultos ocorreram no sábado à noite, quando milhares de adeptos do clube Arema FC invadiram o campo após uma derrota por 3-2 frente aos rivais do Persebaya Surabaya no estádio Kanjuruhan de Malang, na província de Java Oriental, e entraram em confronto com as forças de segurança.
O estádio estava com lotação máxima, com mais de 42 mil adeptos no local. Uma multidão enfurecida enfrentou os polícias e vandalizou várias infraestruturas do estádio, bem como cerca de 15 veículos, num cenário de violência que foi descrito como “sem lei” pelo chefe da polícia de Java Oriental, Nico Afinta.
Os agentes de segurança responderam com gás lacrimogéneo numa tentativa de impedir os ataques, causando pânico entre os adeptos e uma debandada. A maioria das vítimas sucumbiu a asfixia, traumatismo ou atropelamento, de acordo com fontes hospitalares.
Vários sobreviventes e testemunhas da violência denunciaram a brutalidade da polícia, que além de disparar granadas de gás lacrimogéneo também utilizou bastões para enfrentar os adeptos, de acordo com relatos compilados pelos meios de comunicação locais.
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