A FIFA exultou hoje com o relatório aprovado pelo Parlamento Europeu (PE) sobre a política desportiva da União Europeia (EU), considerando que o mesmo vai ao encontro às reformas que o organismo tem feito no futebol.

“O relatório do Parlamento Europeu confirma claramente que o trabalho que a FIFA está a realizar para reformar o sistema de transferências está no caminho certo e é também fundamental para moldar o futebol do futuro, que se deve basear nos princípios da boa governação e solidariedade de todos os envolvidos”, disse o diretor da Divisão de Serviços Jurídicos e Compliance da FIFA.

O espanhol Emilio García Silvero referia-se ao relatório "Política desportiva da UE: avaliação e eventual rumo futuro”, que, entre outros ideais, defende as competições baseadas “na solidariedade, inclusividade e mérito desportivo”, enquanto são protegidas de “ameaças como uma Superliga Europeia”.

A regulação do trabalho dos agentes, desde o seu licenciamento à fixação de limites às suas comissões, bem como a criação de uma câmara de compensação de acordo com a reforma do sistema de transferências são temas que, segundo o responsável, agradam ao organismo que dirige o futebol mundial.

Silvero reforça que a FIFA deseja um desporto com base na “transparência e prestação de contas”, pelo que se congratula pelo facto das “principais forças políticas” terem acarinhado o documento, elaborado pelo antigo futebolista e agora eurodeputada polaco Tomasz Frankowski, e que foi aprovado com 597 votos a favor, 36 contra e 55 abstenções.

A Câmara de Compensação, que está prestes a entrar em funcionamento, “será um ponto de viragem para garantir que o sistema de transferências para jogadores de futebol de todo o mundo seja completo, transparente e integro”, sublinhou.

A FIFA lembrou que o seu trabalho para reformar o sistema de transferências tem contado com o apoio do Grupo de Trabalho Anticorrupção do G20 e do gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Delito.

O documento aprovado pelo Parlamento Europeu também refere políticas de proteção das crianças e a promoção de estilos de vida saudáveis, num desporto que deseja “seguro, inclusivo e igualitário”.

"Somos a favor dos princípios do relatório e, em particular, tomamos nota do apelo do Parlamento Europeu para proteger as crianças de todas as formas de abuso no desporto", reforçou Joyce Cook, diretora da Divisão de Responsabilidade Social e Educação da FIFA.

A dirigente recordou que já em 2019 foi lançado o programa "Guardiões da FIFA", que visa precisamente fortalecer os mecanismos do futebol em termos de proteção de crianças e adultos vulneráveis.

Para o PE, os grandes eventos desportivos devem deixar de ser atribuídos a países em que os direitos e valores fundamentais são repetidamente violados, situação que tem sido denunciada em relação ao Mundial2022 de futebol do Qatar.