Francisco Teixeira da Mota pediu pena suspenso para Rui Pinto no âmbito do caso 'Football Leaks'. Uma decisão surpreendente já que se esperava que o advogado pedisse a absolvição do seu cliente.
Nas alegações finais, Francisco Teixeira da Mota recordou que o pirata informático já está a pagar pelos crimes de que é acusado. Dos 90 crimes de que Rui Pinto é acusado, Francisco Teixeira da Mota defende que apenas uma dezena deles poderá ser provado.
Francisco Teixeira da Mota garante que Rui Pinto criou o 'Football Leaks' para denunciar algumas das irregularidades que estava a observar no futebol. O advogado do pirata informático recordou, durante o julgamento do caso 'Football Leaks' que alguns dos crimes denunciados por Rui Pinto "mereciam especial atenção" do público.
"O Football Leaks surge porque havia necessidade de transparência e porque existia opacidade. Havia essa necessidade de saber o que se passa no futebol", disse, garantindo que Rui Pinto não denunciou apenas a Doyen mas também outros fundos: "Queria mostrar que os fundos alteravam a verdade desportiva".
Francisco Teixeira da Mota recordou uma frase de Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting, que chegou a dizer que "os fundos eram uma espécie de droga" para os clubes. O antigo líder leonino recordou que havia uma "uma dependência do Sporting em relação à Doyen" e que chegou mesmo a ser "ameaçado para ficar calado".
Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto de 2020, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
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