A cidade brasileira de Caxias do Sul vai acolher, quase seis meses depois do previsto, devido à pandemia de covid-19, os 24.ºs Jogos Surdolímpicos, competição que reúne 4.500 atletas, e na qual Portugal vai somar a oitava participação.
Com uma representação de 12 atletas, que competirão em seis modalidades – atletismo, ciclismo, judo, luta, natação e tiro –, Portugal procura aumentar o pecúlio de 13 medalhas conseguido desde 1993, o ano da estreia lusa.
Entre 01 e 15 de maio, Portugal apresenta-se em Caxias do Sul, com três estreantes, e dois atletas medalhados em edições anteriores: a judoca Joana Santos, que é a única atleta feminina da comitiva, e o lutador Hugo Passos.
A competição, que juntará atletas de 77 países, não conta com a participação da Rússia, que liderou o quadro de medalhas da edição anterior, e da Bielorrússia, excluídas após a invasão militar à Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro.
Em Caxias do Sul vão ser disputadas 20 das 21 modalidades do calendário dos Jogos Surdolímpicos, uma vez que a competição de bowling decorrerá em outubro, em Kuala Lumpur, na Malásia.
Os Jogos Surdolímpicos, o segundo maior evento desportivo mais antigo do mundo, tiveram a sua primeira edição em 1924, em Paris, tendo então sido disputados por 145 atletas oriundos de nove países europeus.
A competição, que foi o primeiro evento desportivo para pessoas portadoras de necessidades especiais, realizou-se com uma periodicidade de quatro em quatro anos, tendo sido interrompida entre 1940 e 1949 devido à II Guerra Mundial.
Os Jogos, que em 1949 viram ser criada uma versão de inverno, atingiram em meados do século XX uma dimensão mundial.
Entre 1924 e 1965, o evento foi conhecido como Jogos Internacionais para Surdos ou Jogos Internacionais Silenciosos, passando depois a ser denominados como Jogos Mundiais para Surdos. Desde 2000 foi adotada a atual designação.
O evento é organizado pelo Comité Internacional de Desporto para Surdos (ICSD), criado em 1924 e que em 1955 foi admitido pelo Comité Olímpico Internacional (COI) como federação internacional.
Para participar nos Jogos, os atletas devem ter perdido 55 decibéis no seu “ouvido melhor”, não sendo permitido o uso de quaisquer aparelhos ou implantes auditivos.
Nas modalidades em que os árbitros recorrem normalmente ao uso de apitos estes são substituídos por uma bandeira vermelha, enquanto na natação e atletismo é utilizado um flash vermelho em vez da habitual pistola para o tiro de partida.
Apesar de ainda não ter sido anunciado, a cidade de Tóquio, que em 2021 acolheu os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, é apontada como o palco dos Jogos Surdolímpicos2025.
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