Perante uma plateia com atletas e ex-atletas olímpicos, entre os quais Rosa Mota, Francis Obikwelu, Aurora Cunha, Marco Fortes, Armando Marques ou João Silva, o presidente da AAOP, Luís Alves Monteiro, vincou que a “mudança é permanente e impacta o desporto” e apelou aos atletas com experiência olímpica para se tornarem “agentes” desta mudança.
“O desporto faz parte de um processo de vida e a educação tem um papel fundamental quando se alia ao desporto. É isso que estamos a fazer aqui. É fundamental que os atletas olímpicos percebam e se juntem à AAOP”, começou por referir, sublinhando a mais-valia deste protocolo: “Estamos a dar 50% de desconto nos cursos de business executive no ISEG.”
Por sua vez, a presidente da instituição do ensino superior, Clara Raposo, reiterou que aquela escola se preocupa não apenas com a economia, mas com a “sociedade como um todo” e manifestou a expectativa de ajudar os atletas que representam o país em Jogos Olímpicos a alcançarem “um outro tipo de medalhas no futuro”, graças a este protocolo.
“Aquilo que pretendemos é passar a acompanhar um pouco melhor as carreiras destes atletas olímpicos. Espero que o ISEG consiga verdadeiramente contribuir para que grandes atletas se tornem grandes gestores”, disse a líder da instituição, secundada pelo presidente do ISEG Executive Education, Luís Raposo: “As carreiras são extraordinárias, mas são curtas. O ISEG tem uma marca de missão de serviço à comunidade. É uma honra contar com estes atletas.”
A cerimónia contou com uma mesa-redonda entre o ex-judoca Nuno Delgado, o ex-nadador Simão Morgado e a canoísta Francisca Laia, que abordaram os desafios do pós-carreira desportiva e convergiram na valorização do espírito olímpico como um “modo de vida” e como instrumento para ser bem sucedido na seguinte etapa profissional.
Finalmente, coube ao secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, fechar o evento com uma intervenção em que enalteceu o trabalho que tem sido desenvolvido pelo governo na criação de condições para o pós-carreira desportiva “com a mesma dignidade” que os atletas tiveram em representação de Portugal.
“Temos mesmo de mudar as mentalidades e o país evoluir para uma maior cultura desportiva. Precisamos mesmo de aplicar conhecimentos e competências”, disse o governante, em alusão aos atletas, sublinhando que o Conselho de Ministros “está sensibilizado para dar uma resposta a quem tanto ajudou o Estado”, sobretudo após os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Porém, de forma indireta, João Paulo Rebelo reconheceu que a indefinição em torno da aprovação do Orçamento do Estado 2022 - e, por inerência, do futuro do executivo liderado pelo primeiro-ministro António Costa - pode afetar esse desejo de reconhecimento, em que uma das vias é, por exemplo, a integração de atletas e ex-atletas em serviços do Estado para aproveitamento do seu “potencial”.
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