As obras de reconversão do pavilhão Rosa Mota, no Porto, com inauguração prevista para o final de outubro, deveriam ter terminado hoje, se fosse cumprido o prazo definido pelo consórcio responsável pelo projeto, contudo, no local, ainda decorrem trabalhos.
Ao final da tarde de hoje era ainda possível ouvir ruído proveniente do local, indicando que àquela hora ainda decorriam trabalhos. Contudo, até ao momento, e apesar dos pedidos de esclarecimento, o consórcio ainda não prestou qualquer informação sobre o andamento das obras, nem sobre o prazo de conclusão das mesmas.
Numa visita aos jardins do Palácio de Cristal, onde se situa o Pavilhão Rosa Mota, é ainda possível observar um conjunto de estruturas montadas para vedar o acesso de pessoal não autorizado ao interior do edifício, bem como os prefabricados que servem de apoio às obras.
Ainda no exterior, mantém-se a proteção colocada em redor da cúpula.
Questionada pela Lusa, a autarquia nada disse sobre o cumprimento do prazo definido inicialmente pelo consórcio, confirmando apenas que a inauguração oficial acontecerá no final do mês de outubro.
Em julho, numa visita ao local, Jorge Silva da PEV Entertainment, uma das empresas que compõem o consórcio Círculo de Cristal, entidade responsável pela reconversão daquela estrutura, apontava o final do mês de setembro para a conclusão dos trabalhos, estando já, naquela altura, a ser trabalhado "um evento referencial, mobilizador, que diga qualquer coisa às gentes do Porto".
"A inauguração terá uma componente forte de música, mas não é a música que vai mobilizar o espaço, temos os congressos. Estamos a concorrer e a ser contactados por congressos empresariais que normalmente decorrem no mundo inteiro e neste momento o Porto já faz parte desse calendário", afirmava à data.
Até ali, estavam já confirmados vários espetáculos e eventos como é o caso do WordCamp 2020 e os concertos de "Amar Amália" e de Alexandre Pires.
Para além da reconversão do interior do pavilhão, o projeto, desenvolvido pelo consórcio composto ainda pela construtora Lúcios, foi pensado para permitir ter uma experiência de 360 graus da cidade do Porto, com a introdução de visitas ao ponto mais alto da cúpula do edifício.
De acordo com o consórcio, as visitas começarão no exterior do edifício, na base da cúpula, e terminam no ponto mais alto daquela estrutura.
"Temos 360 graus lá em cima, teremos visitas com algum sentido de experiência radical, mas com total segurança", revelava em julho Jorge Silva.
Para aquele responsável, esta valência revela a "multifuncionalidade do edifício, que passa pela música, pelo desporto e até desportos radicais, neste caso", preenchendo uma necessidade que a cidade do Porto tinha de espaços polivalentes.
A nova estrutura rebatizada como Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota viu ainda reforçada a capacidade do Centro de Congressos a instalar no piso -1, cujo auditório do anfiteatro passará a puder acolher 500 pessoas, em vez das 300 inicialmente previstas, o que obrigou a uma reconfiguração do espaço, bem como, à retirada de 12 pilares que suportavam todo o pavilhão e ao reforço da estrutura do edifício.
"O investimento inicial que se previa à volta dos 8/8,5 milhões de euros, nesta altura está a passar um bocadinho devido às melhorias que introduzimos ao longo do projeto", explicou, à data, Filipe Azevedo, administrador da construtora Lúcios.
Outro dos grandes desafios do projeto prendeu-se com a acústica do edifício, indispensável para garantir a sua adaptação aos vários tipos de eventos, mantendo a identidade da arquitetura exterior do edifício com 768 óculos que fazem parte da cúpula e que são uma das imagens de marca do pavilhão.
Outra das novidades é a utilização de bancadas retráteis, que permitem personalizar os eventos mediante o conceito que for delineado e o número de pessoas previstas.
Com capacidade para 5.500 mil lugares sentados, o pavilhão consegue, contudo, aumentar a sua capacidade para 8.000 pessoas, quando retiradas as bancadas retráteis que ocupam parte da arena.
As tribunas estão situadas no primeiro e terceiro pisos e os 23 camarotes estão localizados no segundo piso. Está ainda previsto um restaurante com vista para o lago e para os Jardins do Palácio de Cristal e ainda um 'food court' que abrirá diariamente.
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