O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, acredita que foi um triunfo justo e explicou também que a decisão sobre o futuro está tomada. O técnico aproveitou ainda para explicar a decisão de afastar quatro jogadores do grupo de trabalho.
Confira todas as declarações de Sérgio Conceição:
Renovação de contrato: "Olhei para os adeptos como sempre, adeptos com uma sede de títulos incrível. Cresci dentro dessa paixão, de sentimentos muito marcados pelo respeito, exigência e gratidão. Para muitos, não foi correto não renovar a dois dias das eleições. Eticamente, se eu era o treinador dos três candidatos, porque não? Foi um sinal que queria dar para o povo, para dentro e fora. Associaram isso ao facto de que eu queria dar força ao presidente. Mas para mim era importante. Tive uma conversa com o presidente de hora e meia no dia antes e, se ele me deixar, um dia vou partilhar e muitos vão colocar a viola no saco. Não podia abandonar o barco. Mas, não foi entendido assim. Nunca serei um entrave ao FC Porto, não é um contrato que o faz. Nunca estive nem estarei agarrado a nada. Sou de família humilde, mas isso é passado à família e filhos".
Percurso nos últimos sete anos: "Continuo com o mesmo brilho no olhar do que quando cheguei. Foram sete anos de grande aprendizagem. Sete anos maravilhosos, no meio de muita dificuldade. Fair-play financeiro, pandemia... este ano tivemos muitos problemas, foi o ano mais difícil. Com um grupo extremamente jovem. Fomos perdendo alguma qualidade ao longo dos anos, o que eu acho normal. Compreendo isso em clubes que não fazem parte dos campeonatos top da Europa. Não é fácil refazer a equipa, ser competitivo, ganhar títulos. Foi à custa de muito trabalho, dedicação e paixão. Queria ter ganho mais. Mas fomos sempre competititivos, voltámos a trazer competitividade. Fui apresentado após quatro anos sem ganhar nada, não é fácil. Eu, juntamente com a minha equipa técnica, que são pessoas de muito valor. Agora é voltar ao Porto"
Saída de Taremi: "Desejo-lhe as maiores felicidades do Mundo, para ele e a família. O Taremi enervou-me muito nestes quatro anos, principalmente nos treinos. Tem uma forma de trabalhar que é muito dele. É muito profissional, mas uma forma algo relaxada, às vezes. Enervou-me muito, levou muitas duras a sério. Mas consegui tirar o melhor do Taremi, mesmo numa situação que não é fácil. Quando soube da saída dele para Itália, a opinião dos adeptos não era a melhor. Eu sempre acreditei nele. Não é o contrato que faz o treinador ou o jogador, é a postura que se tem. Se ele trabalhasse até ao último dia iria, como outros que também saíram na mesma situação, jogar até ao último dia. Há quem tenha contrato de longa duração e se calhar vai sair também no fim da época. Até terminar a época e tendo contrato, tínhamos de aproveitar a qualidade do Taremi."
Sentimentos após a vitória: "Fico com boas sensações por mais um título conquistado, fizemos o nosso papel e tivemos um bom jogo. É normal numa final haver menos discernimento, mas é uma vitória justíssima, frente a um Sporting em inferioridade numérica. Foi um adversário incómodo, que teve de mudar o sistema, mas o Gyokeres é um avançado muito chato".
Estratégia da equipa: "Hoje não pecámos como no jogo em Alvalade, porque no Dragão estivemos bem, mas os nossos centrais estiveram bem. Toda a equipa esteve muito concentrada e compacta sem a bola e o Sporting criou mais perigo de bolas paradas, porque é uma equipa alta. Nós não somos tão fortes como já fomos nesse momento".
Palavra para os adeptos: "Os adeptos também estão de parabéns porque estiveram fantásticos e mereceram este título".
Lance da expulsão: "Tanto eu e o Ruben vivemos o jogo, sempre a dar indicações. No lance da expulsão eu fui falar com o Danny porque parecia que o Evanilson tinha ficado magoado e a justificação que o árbitro deu ao Luís Gonçalves é que eu saí da zona técnica. Ficar sem um treinador num jogo deste é doloroso e é o espelho do que se tem passado ao longo dos anos. Não digo que não tenha errado e algumas expulsões foram merecidas. Pago um bocadinho por isso e tenho que me penitenciar, mas vou tentar mudar a forma como vivo o jogo, tenho de meter gelo por vezes. Esta expulsão não faz muito sentido numa final".
André Villas-Boas: "Quero dar as boas vindas ao novo presidente da SAD, o André Villas-Boas e que tenha um percurso tão glorioso como teve Pinto da Costa".
Saída ou permanência no FC Porto: "A minha situação no FC Porto está muito bem definida na minha cabeça e vou comunicar nos próximos dias. Não é uma questão de convencer, é uma questão de olharmos juntos para o FC Porto e perceber o que é melhor. Temos de unir o clube porque este ano sentiu-se a divisão e não foi fácil gerir. Tomei decisões muito duras mesmo no grupo de trabalho e quero deixar uma palavra ao Toni, ao Jorgie, ao André e ao Iván, até falei disso antes do jogo. Foi a primeira vez que fiz algo do género e custou-me muito, mas meto sempre o grupo à frente de tudo. Tínhamos de dar um sinal forte porque estes jogadores tiveram sempre o máximo respeito por mim e pelo FC Porto e tomei esta decisão para evitar algum mau humor".
Dedicatória especial: "Queria dedicar esta vitória à minha família e aos meus pais, que não estão aqui. Desculpem ser repetitivo, mas sem eles não estaria aqui".
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