O ministro da Administração Interna disse hoje que o dispositivo policial na final da Taça da Portugal em futebol, no domingo, vai ser aumentado, na sequência das agressões ocorridas na terça-feira na Academia do Sporting, em Alcochete.
Eduardo Cabrita classificou os incidentes como “uma vergonha” e garantiu que não se podem repetir em qualquer situação.
Para o ministro é, contudo, necessário que a Federação Portuguesa de Futebol, Liga de Clubes, clubes e entidades privadas “aproveitem a época de defeso” para juntos debaterem este tipo de problemas.
Eduardo Cabrita falava em Lisboa, à margem da sessão de encerramento do sexto Congresso Internacional Segurança e Democracia (CONSEDE), realizado na reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
Como ministro, Eduardo Cabrita saudou a "capacidade de intervenção imediata das forças de segurança" na Academia do Sporting em Alcochete, fundamentalmente da Guarda Nacional Republicana num incidente que qualificou como “gravíssima violação daquilo que são as condições de trabalho de atletas de uma grande instituição portuguesa".
"Aquilo que nos cabe hoje assegurar é que, no próximo domingo, as forças de segurança e, fundamentalmente, a Polícia de Segurança Pública, está “reforçadamente empenhada em garantir que a taça de Portugal é a festa do desporto", acrescentou.
O ministro considerou, porém, "decisivo" que ao longo do chamado defso, o período que decorrerá até ao início da próxima época desportiva, "sejam adotadas as medidas que responsabilizem todos e que, de facto, vão muito para além de uma dimensão de segurança".
"É nessa dimensão de salvaguarda dos direitos daqueles que gostam de desporto que a Federação Portuguesa de Futebol, a Liga e os próprios clubes, em articulação com o Governo, têm de se preparar para que os acontecimentos de ontem sejam apenas um princípio de noite infeliz".
Segundo o ministro, a final da taça de Portugal em futebol, a disputar no domingo no Estádio do Jamor, vai realizar-se "com todas as medidas de segurança que estavam já previstas, reforçadas em função do que sucedeu”.
“Mas, fundamentalmente, temos de olhar para o desporto como algo que não pode ser uma questão de segurança e isso é, fundamentalmente, uma responsabilidade da Federação, da Liga, dos próprios clubes e o Governo irá trabalhar com eles", concluiu.
Durante a tarde de terça-feira, cerca de 50 pessoas, de cara tapada, alegadamente adeptos ‘leoninos’, invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic e outros membros da equipa técnica.
A equipa principal do Sporting cumpria o primeiro treino da semana, depois da derrota no terreno do Marítimo (2-1), que relegou a equipa para o terceiro lugar da I Liga, iniciando a preparação para a final da Taça de Portugal, no domingo, frente ao Desportivo das Aves.
Os 23 detidos pela GNR por suspeitas de terem invadido a Academia do Sporting e agredido futebolistas e equipa técnica já estão hoje a ser ouvidos no Tribunal do Barreiro.
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