Em declarações ao SAPO Desporto, o professor Doutor Jorge Silvério, psicólogo desportivo da CMEP, Jorge Silvério analisou a importância da componente psicológica na preparação de um jogo como o dérbi do próximo sábado entre o Sporting e o Benfica.
Para o clínico, o trabalho de Rui Vitória deve passar pela mentalização dos jogadores, fazendo-os crer que os dois resultados negativos já averbados esta temporada, tanto na Supertaça, como no campeonato, já fazem parte do passado.
“Já houve dois jogos que não correram bem, quer do ponto de vista do resultado, quer do ponto de vista da exibição. É uma oportunidade, ainda por cima em casa do adversário, para os jogadores modificarem o resultado e também a imagem que deixaram, penso que a tónica vai ser muito posta aí pelos seus responsáveis e pelo Rui Vitória”.
Sobre se poderá existir algum ascendente psicológico de Jorge Jesus sobre os jogadores, o especialista em psicologia desportiva considera que Jorge Jesus leva vantagem por conhecer a equipa do Benfica.
“Eu diria que ele tem alguma vantagem não digo só do ponto de vista tático, mas também do ponto de vista emocional, isso dá-lhe a ele um acréscimo de vantagem sobre Rui Vitória, que não tem esse conhecimento sobre os jogadores do Sporting, mas à medida que a temporada for evoluindo e forem entrando jogadores diferentes essas dinâmicas vão começando a modificar-se e por isso vai ser mais difícil, porque obviamente os jogadores estão também em evolução e será mais complicado que Jorge Jesus tenha esse ascendente. Mas no momento ainda existe esse fator e é de considerar obviamente”, sublinhou.
Questionado sobre a possibilidade dos jogadores “encarnados” se poderem sentir intimidados pelo anterior técnico, o professor universitário garante que o que vai imperar é o profissionalismo e que os atletas vão querer demonstrar que ainda são válidos mesmo sem a presença de Jorge Jesus.
“Não é uma questão de se sentirem intimidados e não é uma questão de eles se terem sentido nos outros jogos, até porque tendo do outro lado um treinador que foi para alguns o treinador durante seis anos, talvez pretendam demonstrar ao antigo treinador que ainda continuam a ser válidos. Mas há aqui também o fator do profissionalismo, porque agora o treinador que está agora do outro lado é o adversário e essa situação vai ocorrer várias vezes, quer com jogadores que mudam de clube, quer com treinadores. Aqui o profissionalismo acaba por ser extremamente importante e acaba por imperar em relação aos outros fatores”, finalizou.
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