Em jogo de emoções e regressos, o FC Porto chegou a Anadia com a lição dos 'tomba-gigantes' bem estudada e não deu espaço a surpresas. Os Dragões golearam o Anadia FC por 6-0 com o resultado volumoso a construir-se desde o primeiro tempo.

Danny Namaso (6'), Veron (11'), Toni Martinez (31'), Fábio Cardoso (50'), Toni Martinez (85') e Bruno Costa (89') marcaram para a equipa de Sérgio Conceição que segue para a quarta eliminatória da Taça de Portugal.

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Conceição mudou oito e Rui Borges foi mais fiel à base da equipa

Normalmente, os jogos da Taça de Portugal têm todo um significado especial e os ditos 'grandes' aproveitam para dar oportunidades aos menos utilizados. Existe sempre a questão do menosprezo ao adversário, até porque a Taça é especialista em 'tomba-gigantes', mas Sérgio Conceição não deixou de promover alguma rotatividade na equipa.

Sem mudar o tipo de futebol característico do FC Porto e com o habitual 4-4-2 bem cimentado, foram oito as alterações face ao duelo europeu dos portistas no terreno do Bayer Leverkusen. Cláudio Ramos rendeu Diogo Costa, Wendel entrou para o lugar de Zaidu, Rodrigo Conceição substituiu João Mário, sendo que na zona intermediária regressaram nomes como Bruno Costa e Grujic. Destaque ainda para a entrada de Veron, Danny Namaso e Toni Martínez no onze inicial.

Do lado do Anadia, Rui Borges foi mais fiel quanto às escolhas. Neste caso, apenas se verificaram duas alterações relativamente ao duelo frente ao Canelas 2010 da Liga 3. José Costa e Zé Gata deram lugar a Manuel Gama e Sele Davou, com a equipa a apresentar-se em 4-4-2.

Entrada a todo o gás dos azuis e brancos para evitar surpresas

O FC Porto já estava avisado que a Taça de Portugal não é apenas mais uma competição de David vs. Golias. Tinham sido já oito as equipas da Primeira Liga eliminadas por emblemas de escalões inferiores (incluindo o Sporting), com o Benfica a passar grandes dificuldades para levar de vencido o Caldas SC.

Assim sendo, a equipa de Sérgio Conceição entrou frente ao Anadia a todo o gás e nem as alterações tiraram a chama ao detentor do troféu. Na realidade, esta era uma oportunidade para os menos utilizados se mostrarem e a primeira parte foi uma amostra disso mesmo.

Aos seis minutos, a primeira amostra ofensiva dos portistas deu logo em golo. Danny Namaso quis aproveitar da melhor forma a titularidade e atirou de cabeça sem hipóteses para Manuel Gama após cruzamento teleguiado de Toni Martínez.

Do lado do Anadia, via-se uma equipa que não conseguia impor-se e o 2-0 estava sempre mais próximo. Toni Martínez tentou aumentar a contagem aos oito minutos, mas foi mesmo Veron a dar o 2-0 após uma grande assistência de Otávio. Mais um golo de duplo significado não só por trazer tranquilidade ao jogo do FC Porto como para dar confiança a mais um jogador que se procura afirmar de Dragão ao peito.

Papalélé era um dos mais inconformados do Anadia, mas foi mesmo Toni Martínez a trazer o 3-0... para os visitantes. Aqui, foi o contra-ataque a ser letal e Veron mais uma vez a decidir bem e a entregar o golo ao avançado espanhol.

A única má notícia chegou mesmo da parte de Rodrigo Conceição que se lesionou após chocar com Dinho. Conceição, já com o árbitro Miguel Nogueira a preparar-se para apitar para o final do primeiro tempo, preparava já uma alteração a partir do banco.

Tempos de gestão e oportunidades

Com o 3-0 na primeira parte, esperava-se um segundo tempo de gestão do FC Porto mas em estado de alerta face às possíveis investidas de um Anadia que - na realidade - não tinha nada a perder.

Manafá rendia Rodrigo Conceição naquele que era mais um regresso emotivo a uma casa onde já tinha sido feliz. A chuva começou a molhar o relvado do Anadia e este era um aviso para os Dragões apostarem nas bolas paradas.

Foi dentro deste espírito que o FC Porto chegou ao 4-0 por Fábio Cardoso na sequência de um livre cobrado por Bruno Costa.

Veron ainda tentou a mão cheia e o bis aos 52 minutos, mas desta feita foi Manuel Gama a agigantar-se entre os postes.

Se calhar poucos estariam à espera, mas foi a partir deste momento que a equipa da casa começou a ganhar fôlego.

Aos 56 minutos, o primeiro grande aviso de Fausto Lourenço com o maior sinal de alerta dado por Diogo Silva três minutos depois. Aí, valeu o poste e Cláudio Ramos.

Conceição também começava a dar minutos a outros jogadores e entravam Bernardo Folha, Gonçalo Borges e Marcano.

Já depois da hora de jogo, Fausto voltou a encontrar Cláudio Ramos no caminho que evitou aquele que era o golo de honra e já merecido para a equipa da casa, dadas as oportunidades.

Outra má notícia para Sérgio Conceição pode ter chegado com Veron a mostrar-se fatigado e a ter de ser substituído por Evanilson. Á entrada do avançado brasileiro.

Os minutos finais significaram ainda assim mais dois golos para o detentor do troféu. Toni Martinez apareceu a bisar no encontro aos 85 minutos após assistência de Wendell.

Sem margem para respirar, o Anadia não resistiu ao 6-0 de Bruno Costa aos 89 minutos com o árbitro Miguel Nogueira já a preparar-se para o apito final que trouxe a quarta eliminatória da prova rainha para os Dragões.