Apenas quatro dias depois do clássico no Dragão, que relançou a luta pelo título de campeão nacional, é já certo que a final da Taça de Portugal também terá um (apetecível) frente a frente entre FC Porto e Benfica. A equipa de Bruno Lage já tinha garantido o apuramento na terça-feira, ao empatar com o Famalicão (1-1), cabendo ao FC Porto agarrar o último bilhete para o Jamor, depois de vencer em casa o Académico de Viseu (3-0).
Este era um desfecho expectável, mesmo depois do empate (1-1) na primeira mão, que ainda permitiu aos viseenses continuarem a sonhar, mas a verdade é que o resultado foi bem melhor para os 'dragões' do que a exibição.
Sérgio Conceição voltou a mudar muitas peças em relação ao onze habitualmente mais utilizado (apenas Alex Telles, Luis Díaz, Mateus Uribe e Jesús Corona mantiveram-se na equipa após o clássico), o que afetou um pouco os processos dos azuis e brancos, bastante mais lentos e previsíveis. Por sua vez, o conjunto viseense apostava nas transições, fazendo uso da velocidade de João Mário, mas acabou por chegar ao intervalo sem um único remate à baliza de Diogo Costa.
Foi só de penálti, aos 19 minutos, que o FC Porto chegou ao golo. Zé Luís caiu na área e Manuel Oliveira apontou para a marca dos 11 metros, considerando ter havido um empurrão de Félix Mathaus. Chamado à conversão, Alex Telles não perdoou e fez o 1-0, colocando os dragões em vantagem na eliminatória.
Com isso o FC Porto passou a controlar ainda mais a partida, mesmo sem deslumbrar, e pouco antes do intervalo teve uma chance soberana de elevar a contagem, quando após um cruzamento de Nakajima, Zé Luís, com a baliza à mercê, tentou o desvio, mas viu a bola ressaltar em Mathaus.
Na segunda parte, Sérgio Conceição lançou Sérgio Oliveira, considerado o homem do jogo contra o Benfica, e o FC Porto aproveitou a subida do Académico no terreno para as suas transições rápidas. Numa dessas saídas em contra-ataque, Luis Díaz passou por dois adversários, mas acabou por atirar contra Kelvin. Corona também não esteve melhor ao permitir, isolado, a defesa de Ricardo Fernandes.
A eliminatória acabou por ficar resolvida em menos de dez minutos, na sequência de pontapés de canto: aos 64’ Zé Luís fez o 2-0 de cabeça após cruzamento de Alex Telles, e depois Sérgio Oliveira (78') desviou para a baliza deserta, na sequência de um primeiro cabeceamento de Diogo Leite. Um lance que, inicialmente, até foi assinalado como fora de jogo, mas que com recurso ao VAR foi validado.
Apesar da boa réplica deixada pelo Académico, o FC Porto confirmou o favoritismo com que partia para esta meia-final e tem agora encontro marcado com o Benfica no Jamor, algo que não acontecia há 16 anos.
A figura
Alex Telles: O lateral brasileiro não teve direito a descanso depois do clássico e percebe-se porquê. Assinou o 9.º golo da temporada, de grande penalidade, assistiu Zé Luís para o 2-0 e serviu Diogo Leite antes de Sérgio Oliveira desviar para o terceiro da noite. Para além disso, esteve intransponível no plano defensivo.
Reações
Sérgio Conceição: "Este ano, no Jamor, queremos ser mais felizes"
Rui Borges: "Sofremos um penálti duvidoso"
Zé Luís: "Tive paciência e com naturalidade o golo apareceu”
Ricardo Fernandes: "Estamos muito felizes por ter chegado aqui"
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