O FC Porto é o primeiro apurado para as meias-finais da Taça de Portugal, depois de bater o Varzim, da Segunda Liga. A equipa de Sérgio Conceição não foi brilhante, mas fez o suficiente para carimbar a passagem à próxima eliminatória, com dois golos de Soares e Marcano. Apesar da eliminação, os poveiros podem orgulhar-se da sua exibição, fazendo o que nenhuma outra equipa portuguesa fez esta época: marcar no Estádio do Dragão.
Com este triunfo, o FC Porto irá encontrar, na próxima fase da competição, o vencedor do duelo entre Académico de Viseu e Canelas, que se disputa esta quinta-feira.
Sem Corona, castigado, e Pepe e Nakajima, lesionados, Sérgio Conceição apresentou uma equipa praticamente nova para o jogo com o Varzim, mantendo apenas quatro titulares em relação ao jogo frente ao Moreirense, na última sexta-feira (Mbemba, Otávio, Uribe e Soares). Diogo Costa, Saravia, Marcano, Manafá, Sérgio Oliveira, Luis Díaz e Fábio Silva foram as novidades, com Vítor Ferreira, jovem promovido à equipa principal, a sentar-se no banco de suplentes.
Mesmo com um onze transfigurado, a receita para este jogo parecia ser a mesma de sempre: marcar cedo e gerir, já a pensar no jogo contra o SC Braga que se avizinha. Mas não foi assim tão simples, por culpa de um Varzim que não se deixou amedrontar pelo poderio do dragão, apostando nos lançamentos longos para Lumeka, que assustou logo aos três minutos de jogo, mas perdeu demasiado tempo e permitiu o corte de Marcano.
Ainda assim, o FC Porto não demorou a conquistar o domínio do jogo: Sérgio Oliveira atirou por cima da trave, com o guarda-redes do Varzim batido (5’), Fábio Silva cabeceou por cima (13’) e Manafá fez a bola passar sobre a barra, depois de uma grande jogada individual.
Nesse sentido, acabou por não surpreender o golo do FC Porto, já perto de meia hora de jogo, quando Otávio serviu de calcanhar Tiquinho Soares para o 1-0. Os jogadores do Varzim ficaram a pedir falta de Mbemba no início do lance, mas o árbitro validou o golo.
Qualquer pensamento de que este poderia ser um triunfo fácil do FC Porto dissipou-se nem dez minutos depois, quando Hugo Gomes (36’) fez o empate na marcação de um livre que gelou o Dragão, com um disparo fortíssimo a enganar Diogo Costa. Antes do central do Varzim, o último jogador de uma equipa portuguesa a marcar no Dragão tinha sido Luiz Phellype (Sporting), em maio.
O FC Porto foi letal na resposta e também na sequência de um livre, apontado por Sérgio Oliveira, voltou para a frente do marcador ainda antes do intervalo, após um desvio de cabeça de Marcano (41’).
Em vantagem, a equipa de Sérgio Conceição tirou o pé do acelerador na segunda parte, como seria de esperar, enquanto o Varzim procurava assustar com cruzamentos e incursões à baliza portista, ainda que sem grandes oportunidades de golo.
A segunda parte continuou morna até ao fim, com a única grande ocasião a surgir apenas aos 88 minutos - Alex Telles ficou a centímetros do golo na cobrança de um livre direto -, já depois de Conceição lançar Vítor Ferreira pela primeira vez na equipa principal. O FC Porto não brilhou, é certo, mas fez o que lhe competia para chegar às meias-finais.
O momento
Marcano faz o 2-1 (41') - O FC Porto só precisou de cinco minutos para responder ao empate do Varzim e fê-lo bem ao seu jeito: de bola parada. Sérgio Oliveira bateu um livre na esquerda e Marcano desviou de cabeça, devolvendo a vantagem aos dragões. O golo do espanhol acabou por revelar-se decisivo.
O melhor
Marcano: Foi o autor do 2-1 final, de cabeça, tornando-se no defesa com mais golos pelo FC Porto neste século (18), ultrapassando Bruno Alves e Rolando. No lado do Varzim, há que realçar a exibição de Lumeka, sempre muito rápido e perigoso no corredor esquerdo.
O pior
Saravia: O lateral argentino mostrou dificuldades para controlar Lumeka e acabou por sair ao intervalo, por troca com Alex Telles.
Reações
Sérgio Conceição: "A nossa obrigação era passar e passámos"
Paulo Alves: "Vitórias morais não me dizem nada"
Marcano: "O importante era passar"
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