Ao contrário das expectativas, o Benfica não passeou em Barcelos. Longe disso. Diante de um modesto Vianense, os 'encarnados' encontraram dificuldades e escaparam por pouco a um prolongamento que poderia ter acontecido tanto pela valentia do adversário como por erros da equipa de Rui Vitória.
O treinador do Benfica, de certa forma, surpreendeu ao não surpreender. Não fez alterações por aí além na equipa, quando se esperava que jogadores como Cristante e Taarabt pudessem ter as oportunidades por que aspiram. Num jogo que antecedeu dois encontros muito exigentes, diante de Galatasaray e Sporting, apostou apenas em Carcela e Nuno Santos, com Sílvio a assumir de forma natural o lugar do lesionado Nélson Semedo.
Seria de esperar, portanto, que a falta de uma revolução levasse a uma maior coesão da equipa benfiquista do que aquela que foi demonstrada. Contra um adversário de recursos bem mais limitados, o Benfica assumiu naturalmente as despesas ofensivas, mas pecou quase sempre na conclusão das jogadas. Mitroglou, o homem-golo designado, esteve perdulário. Talisca voltou a não corresponder às expectativas, sem capacidade para desequilibrar, e Pizzi demonstrou-se limitado na construção de jogo a meio-campo.
Valeu Carcela no primeiro tempo, com um par de ameaças, belos pormenores técnicos e uma finalização perfeita à meia-volta a abrir o marcador, numa altura em que o encontro continuava bloqueado. Ao cair do pano, valeu Jardel a aparecer da melhor forma para assegurar o mínimo indispensável para o Benfica nesta fase embrionária da competição.
Como o próprio Rui Vitória viria a admitir depois do jogo, porém, o Benfica foi dando "oxigénio" ao adversário com as sequências de oportunidades desperdiçadas, e por pouco a equipa de Andrés Madrid não aproveitou. Ainda assim, o jovem médio costa-marfinense Coulibaly conseguiu conquistar com muito mérito a fama repentina graças a um incrível golo para ver e rever. Demonstrando tanta técnica como crença, arrancou sozinho pela área benfiquista e fez um remate portentoso que bateu por inteiro Júlio César, que nada podia fazer.
Mas se Coulibaly foi a face mais visível de um Vianense corajoso, até pelo golo apontado, outro jogador da equipa de Viana de Castelo fez também por merecer rasgados elogios: Jonas Mendes, o guarda-redes, negou por diversas vezes o golo ao Benfica e não pode ser culpado pela derrota.
Para a história fica um encontro em que o Benfica cumpriu a sua obrigação e pouco mais. É naturalmente difícil para uma equipa grande igualar o nível de motivação de um 'bem mais pequeno' num encontro a eliminar de uma competição como a Taça mas, mais do que isso, a equipa da Luz pecou a nível técnico e de execução. Sobreviveu para contar a história do susto.
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