O Benfica conseguiu o apuramento para a quarta eliminatória da Taça de Portugal ao vencer o Caldas SC. Depois de uma igualdade a um golo no final dos 120 minutos regulamentares, os encarnados apenas conseguiram a vitória através do desempate da marca de grande penalidade por 5-3.

Pelicano fita águia nos olhos

Roger Schmidt fez apenas cinco alterações relativamente ao jogo diante do Paris Saint-Germain. Hélton Leite, Brooks, Gilberto, Draxler e Rodrigo Pinho começaram de início nos lugares de Vlachodimos, Bah, Otamendi, Rafa e Gonçalo Ramos.

Já José Vala fez apenas duas alterações relativamente ao empate diante do Alverca para a Liga 3. Wilson e Miguel Rebelo foram as grandes novidades na equipa inicial dos caldenses.

Tal como seria de esperar, o Benfica entrou a controlar a partida perante um Caldas muito compacto e pressionantes, especialmente à entrada do seu último terço de terreno. Foi mesmo dos caldenses o primeiro remate da partida, mas o tiro de Thomas Militão saiu muito fraco e não incomodou Hélton Leite.

Na resposta os encarnados criaram duas boas ocasiões aos cinco e aos oito minutos, mas os remates de Enzo e Rodrigo Pinho não encontraram o melhor destino. Numa primeira parte muito jogada a meio-campo, as águias só voltaram a incomodar à passagem do minuto 19 quando, após um cruzamento de João Mário na direita, Gilberto rematou em esforço e sem problemas para Wilson.

Contudo o Caldas nunca se encolheu e procurou sempre jogar olhos nos olhos contra as águias, procurando explorar os erros do adversário para explorar rápidas transições; os 'pelicanos' incomodaram Hélton Leite à passagem do minuto 24 através de um livre direto batido por João Silva e que exigiu a atenção do guardião brasileiro.

O Benfica não tardou a responder e Grimaldo, dois minutos volvidos, esteve na cara de Wilson, mas um mau domínio de bola permitiu ao guardião do Caldas fazer a mancha.

O meio-campo do Benfica não conseguia sacudir a boa pressão feita pelo Caldas, permitindo à equipa da casa recuperar algumas boas no seu meio campo ofensivo, não conseguindo, todavia, aproveitar para criar perigo junto da área encarnada.

Numa dessas recuperações, ao minuto 38, João Silva encheu-se de fé e disparou um tiro de fora da área que embateu com estrondo no poste esquerdo de Hélton Leite; o Benfica dominava mas a melhor oportunidade da primeira parte pertenceu ao mesmo ao Caldas.

Até final da primeira parte a toada manteve-se com o os encarnados a terem mais bola, mas sem conseguir criar perigo perto da área caldense.

Benfica marca, adormece, e Caldas parte a loiça

Perante a inoperância da sua equipa, Roger Schmidt resolveu mexer ao intervalo;  entraram Diogo Gonçalves e Musa para os lugares de Rodrigo Pinho e Florentino. Os encarnados ameaçaram logo aos 48 minutos com um cabeceamento de António Silva à figura de Wilson.

O Benfica entrou mais agressivo e incisivo na segunda parte, não dando tantas veleidades a um Caldas que, apesar disso, nunca deixou de procurar a área adversária.

Mas foi um Benfica agora mais afoito aquele que chegou à vantagem à passagem dos 53 minutos; o recém-entrado Petar Musa foi lançado pela meia direita e, na cara de Wilson, fez o primeiro com um remate cruzado.

Embalado pelo golo marcado, o avançado croata esteve perto de 'bisar' logo a seguir, e por duas ocasiões. Todavia, em ambos os casos, o avançado, totalmente isolado, não foi capaz de bater Wilson.

Apesar do golo sofrido, o Caldas não baixou os braços e foi à procura do empate, acercando-se da baliza das águias e pressionando o adversário junto à sua grande área; aos 60 minutos Chiquinho teve uma boa ocasião nos pés mas, já dentro da área, acabou por falhar o remate.

Com o avançar dos minutos, José Vala foi gradualmente refrescando a sua equipa, de forma a conseguir manter a pressão sobre o Benfica. Contudo os homens de Roger Schmidt pareciam ter um controlo relativo das operações; aos 73 minutos Grimaldo esteve perto de aumentar a vantagem mas o livre bateu no poste da baliza caldense.

Apesar de um domínio relativo do Benfica, o Caldas nunca perdeu a sua identidade e a persistência dos 'pelicanos' acabou por ser recompensada; aos 74 minutos Gonçalo Barradas aproveitou um erro grave de António Silva e, na cara de Hélton, fez o golo do empate, levando o Campo da Mata à loucura!

A festa da equipa da casa poderia ter acabado apenas dois minutos depois mas Diogo Gonçalves não foi capaz de bater Wilson quando estava sozinho só com o guardião caldense pela frente. Aos 83 foi a fez de Musa, já na pequena área, permitir mais uma defesa a Wilson.

O Benfica fazia o assalto final à baliza do Caldas em busca de recuperar a vantagem; os 'pelicanos' estavam agora mais retraídos e com mais dificuldade nos duelos físicos com os encarnados, procurando fechar os caminhos da baliza de Wilson de todas as maneiras possíveis. Apesar do aperto final dos encarnados, o Caldas conseguiu aguentar a pressão e levou o jogo para prolongamento.

O tempo extra começou tal e qual como havia terminado o tempo regulamentar, com o Benfica a carregar e a empurrar o Caldas para perto da sua grande área; Musa teve uma boa oportunidade para marcar aos 97 minutos mas o cabeceamento no coração da área acabou por sair por cima.

Dois minutos volvidos e foi a vez de Enzo Fernández assustar com um remate forte de fora da área que esbarrou na trave de Wilson; o Benfica ia aumentando a intensidade e o Caldas aguentava o empate como podia.

Apesar de revelar algumas fragilidades físicas, a equipa da casa manteve-se sempre muito coesa e solidária, nunca deixando de procurar o ataque rápido sempre que tinha a oportunidade. Mas o Benfica continuava a ameaçar o golo, mas os caldenses não cediam e mantinham-se firmes. O esforço e organização dos caldenses foi recompensado e a decisão da partida teve de ir para os penaltis.

Da marca dos onze metros as águias acabaram por ser mais eficazes, concretizando todos os cinco remates, ao contrário do Caldas que falhou por Clemente. Com esta vitória o Benfica está nos 16avos da Taça de Portugal.