O Sporting voltou a Leiria, duas semanas após a amarga derrota diante do SC Braga para a Taça da Liga. Os leões regressaram ao lugar onde foram infelizes, mas desta vez a história foi diferente. Dois golos do inevitável Gyokeres e outro de Pedro Gonçalves coroaram uma vitória sólida e relativamente tranquila dos leões, e que até poderia ter sido alcançada com números mais expressivos.
Já a União de Leiria apenas surgiu no jogo na segunda parte, isto após ter sido subjugada ao seu meio-campo durante a larga maioria dos primeiros 45 minutos. Os leirienses lutaram e até tiveram oportunidades de golo, mas acabaram por sucumbir ao poderio ofensivo do adversário, saindo da Taça de Portugal, todavia, de cabeça erguida.
O jogo: Foi como se nada se tivesse passado
O episódio vivido pelo Sporting no passado sábado em Famalicão não estaria certamente nas previsões de ninguém; o adiamento do jogo diante dos minhotos levou, por um lado, Rúben Amorim a alterar o plano de preparação da equipa e, por outro, deixou os jogadores sedentos de competição.
Tal foi visível desde o apito inicial; numa equipa com poucas alterações no seu onze-base, os leões entraram em campo dispostos a eliminar qualquer vestígio de ferrugem que pudesse ter surgido nas engrenagens, mostrando vontade de manter o alto rendimento demonstrado nos últimos jogos.
Gyokeres esteve perto de fazer o primeiro do jogo logo aos cinco minutos, mas o avançado sueco foi apanhado de surpresa e finalizou de forma pouco ortodoxa ao poste. Do outro lado a União de Leiria mostrava muita dificuldade, para não dizer uma total impossibilidade, de sair para o ataque; todavia, da primeira vez que chegaram perto da baliza de Franco Israel, Bura esteve perto do golo ao cabecear a poucos centímetros do poste.
Mas tal foi apenas uma pequena rocha na avalanche ofensiva verde e branca. E tantas vezes o cântaro foi à fonte, que acabou mesmo por partir; 32 minutos, pouco depois do VAR lhe ter negado um penalti, Gyokeres não se deixou ir abaixo e subiu bem alto, correspondendo de cabeça a um canto de Nuno Santos, para fazer o primeiro do jogo.
O mais difícil estava feito, mas os leões não tiraram o pé do acelerador. Beneficiando agora um pouco mais de espaço no último terço leiriense, o Sporting chegou ao segundo apenas cinco minutos depois; Nuno Santos lançou Gyokeres na esquerda, e este serviu Pedro Gonçalves que, com a frieza habitual, fez o 0-2.
Na segunda parte os leirienses mostraram-se mais agressivos e soltos no jogo, mostrando vontade de reagir logo nos minutos iniciais. Van der Gaag era o principal impulsionador do ataque da União, que viu duas oportunidades flagrantes desperdiçadas; primeiro Jair falhou o golo com a baliza totalmente à sua mercê, e pouco depois Lucho Vega, na cara de Israel, permitiu a mancha do guardião uruguaio.
Desde então não mais a equipa da casa assustou os leões que, apesar dos dois sustos, mantinham a toada da primeira parte, também eles ameaçando chegar ao terceiro. Enquanto isso, Amorim não queria que acontecesse 'Taça', e por isso fez entrar Inácio, Morita e Esgaio de uma assentada.
Coincidência ou não, os verdes e brancos mataram o jogo poucos minutos depois; canto na direita e a bola a sobrar para Gyokeres que, ao segundo poste, cabeceou para o fundo das redes do desamparado Kieszeck.
Até final, e com a União de Leiria já totalmente rendida às evidências, o Sporting seguiu tranquilo, desperdiçando ainda um punhado de oportunidades para aumentar a vantagem, todas elas negadas pelo guardião polaco dos leirienses, o melhor da equipa do Lis ao longo do jogo.
O Sporting alcançou uma vitória que não sofre contestação, numa exibição onde ficou demonstrado que o percalço de Famalicão não passou disso mesmo, e que a máquina verde e branca está tão oleada como sempre.
O momento
Após ir para o intervalo a perder por dois, a União de Leiria procurou responder logo nos minutos iniciais da segunda parte e teve, aos 49 minutos, uma ocasião flagrante para marcar; Van der Gaag combinou com Ouattara e este serviu Jair que, completamente à vontade, falhou um golo cantado e que, a acontecer, poderia ter alterado a toada do jogo.
O melhor: Estavam à espera que fosse outro?
Já faltam adjetivos para classificar os desempenhos de Viktor Gyokeres. Esforçado e combativo como sempre, foi do avançado sueco a primeira grande ocasião para os leões logo aos cinco minutos, atirando a bola ao poste. Mas, como em todos os grandes avançados, estes 'brindes' não acontecem frequentemente e não tardou até que o sueco emendasse a mão com um golo e uma assistência na primeira parte. Na segunda, manteve a toada e ainda aproveitou para bisar e matar o jogo.
O pior: O que não foi e poderia ter sido
Jair entrou de início na equipa leiriense, procurando, juntamente com Van der Gaag, explorar as costas de defesa do Sporting. A verdade é que tal não chegou a acontecer na primeira parte, muito por mérito da pressão eficaz dos leões. Na segunda parte a formação do Lis soltou-se e teve oportunidades para chegar ao golo, a mais clamorosa desperdiçada pelo avançado brasileiro e que, aos 49 minutos, poderia ter alterado o rumo do jogo. Exceção feita a este lance e pouco ou mais nada se viu do jogador leiriense, facilmente anulado pela linha defensiva verde e branca.
O que disseram os treinadores
Vasco Botelho da Costa, treinador da União de Leiria
Comentários