O Sporting venceu o Olivais e Moscavide por 1-3 em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal. Os leões entraram desconcentrados na partida e permitiram mesmo à equipa dos distritais de Lisboa adiantar-se no marcador.
Mas à medida que a frescura física dos 'lingueirões' ia caindo, a pressão do leão ia aumentando. Depois de ter chegado ao empate ainda na primeira parte, a equipa de Alvalade deu a volta ao resultado no início do segundo tempo.
O desperdício do Sporting e a abnegação do Olivais e Moscavide manteve o desfecho do jogo em aberto praticamente até ao último minuto, altura em que os verde e brancos puseram um ponto final numa partida que poderia e deveria ter resolvido mais cedo.
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Fantasmas de um passado recente
Na antevisão do jogo, Rúben Amorim afirmara que a equipa estava de aviso quanto a uma eventual surpresa, muito graças ao desaire sofrido no ano passado diante do Varzim. Mas quem viu os primeiros minutos de jogo percebeu que a mensagem entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
Apesar de ter beneficiado da primeira oportunidade de golo, os leões entraram com pouca intensidade e concentração, postura que acabaria por ter as consequências logo nos minutos iniciais. Ao tentar aliviar um lance dentro da área, Fresneda atingiu Ricardo Cabral; penálti assinalado e que Fabrício aproveitou para fazer o 1-0.
Abalados por tão abrupto despertar, o Sporting demorou a esboçar uma verdadeira reação; mérito também para a equipa da casa que, embalada pela vantagem, mostrava-se compacta, não oferecendo muitos espaços, especialmente no centro do terreno.
Mas com o passar dos minutos, as pernas dos homens de Ricardo Padrão começaram a pesar e aí o Sporting começou a carregar; depois de várias ameaças, que incluíram um remate à barra de Pedro Gonçalves, a equipa de Alvalade lá chegou ao empate, graças a uma grande penalidade sofrida e convertida por Marcus Edwards.
O plano 'Catamo'
Ao intervalo Rúben Amorim lançou Geny Catamo para o lado direito por forma a alargar o jogo, e desgastar um já fisicamente limitado Olivais e Moscavide. A escolha pelo moçambicano acabou por trazer frutos logo aos 53 minutos; lance conduzido pela esquerda por Paulinho e após alguma confusão na área, a bola sobrou para Catamo que, sem cerimónias fez o 1-2 e permitiu aos adeptos leoninos respirarem mais calmamente.
A partir daqui levantava-se a questão: iria o Sporting continuar a carregar para fechar em definitivo o jogo, ou tirar o pé do acelerador e controlar até ao fim, correndo o risco de ver regressar os fantasmas da Póvoa de Varzim? Bloquemos então a resposta 'B'.
Com o jogo na mão e um adversário que, apesar de abnegado e de uma entrega constante, não tinha grande capacidade de reação, o Sporting resolveu acalmar a partida. Contudo, tal não impediu que colecionasse um punhado de oportunidades de golo falhadas, a mais gritante das quais protagonizada por Marcus Edwards que, apenas precisando de empurrar para o fundo das redes, atirou escandalosamente ao lado.
Os últimos minutos de jogo foram tal e qual se esperava: com o resultado em 1-2, o Olivais e Moscavide tentou um último esforço em busca do empate, pressionando agora no meio-campo adversário. Apesar de o fazer mais com coração do que com cabeça, a equipa da casa ainda pregou um grande susto aos 93 minutos quando um cabeceamento de Paulo Freitas levou a bola ao poste, um lance que, todavia, foi invalidado por fora de jogo.
Foi preciso esperar pelo último dos cinco minutos de compensação para que o Sporting decidisse marcar; Catamo (outra vez ele) arrancou pela direita, tirou o guarda-redes Ricardo Gonçalves do caminho e serviu Daniel Bragança que, a centímetros do golo, só teve de empurrar para o 1-3.
O Sporting acabou por vencer um jogo por onde passou por alguns momentos de aperto, totalmente por culpa própria, e que deveria ter resolvido mais cedo, privando assim equipa e adeptos de sobressaltos, ou até de reminiscências de um passado recente no que à Taça de Portugal diz respeito. É como diz o outro: não havia necessidade.
Momento do jogo: Catamo tranquiliza o leão
No início da segunda parte, Rúben Amorim decidiu trazer mais vertigem para o lado direito, fazendo entrar Geny Catamo. Perante um adversário a acusar debilidades físicas, o Sporting conseguiu dar a volta ao resultado no início da segunda parte. Lance pela esquerda, muita confusão na área, com a bola a sobrar para Catamo que rematou forte para o 1-2
O melhor: Trincão de competição
Francisco Trincão pode não ter marcado, nem assistido para golo. Contudo, e num Sporting pautado pela inconsistência, o avançado português foi dos poucos que manteve os índices competitivos ao longo de todo o jogo, mostrando sempre muita disponibilidade ofensiva e defensiva. Foi através do '17' dos leões que o Sporting começou a reagir ao golo sofrido, muito devido às suas iniciativas individuais. Para um jogador regressado de lesão e muitas vezes acusado de falta de empenho, Trincão deu uma resposta à altura.
O pior: Um Pote vazio
Rúben Amorim fez alinhar Pedro Gonçalves na ala esquerda. A ideia, segundo o técnico, seria beneficiar de um jogador capaz de jogar pela linha e pelo espaço interior. Contudo, cedo perceberam-se as dificuldades que o '8' dos leões teve em cumprir o pedido pelo treinador. Perante um adversário aguerrido, especialmente na primeira parte, Pedro Gonçalves não foi capaz de fazer a diferença. Não terá sido por acaso que a maioria dos ataques perigosos dos leões no primeiro tempo foram praticamente todos lançados pelo lado direito.
O que disseram os treinadores:
Amorim não gostou da entrada em jogo, Trincão acha que podiam ter ganho por mais
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