O Sporting está na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, depois de uma vitória confortável e folgada (talvez até em demasia) sobre um Sacavenense que não resistiu mais do que três minutos até ver os 'leões' marcarem pela primeira vez. Os 7-1 finais não deixam qualquer dúvida sobre a natural diferença de valores entre o atual quinto classificado da Série F do Campeonato de Portugal e o atual líder isolado da I Liga portuguesa.
Como não deixa dúvidas sobre a diferença abissal que há entre o Sporting desta época e o Sporting de há um ano. É que mais ou menos por esta altura, nesta mesma etapa da edição passada da 'prova rainha', os 'leões', por entre momentos conturbados e no meio de uma dança de treinadores, os 'verdes e brancos' caíam com estrondo (derrotados por 2-0 com inteira justiça) frente a um Alverca que também militava no terceiro escalão do futebol nacional. Um cenário bem diferente do vivido, agora, frente ao Sacavenense. Uma goleada alcançada com um futebol alegre e com uma exibição segura...conseguida no Jamor. Bom prenúncio para os pupilos de Rúben Amorim?
O Jogo: Apostas de Amorim corresponderam e o 'leão' acabou a golear
O treinador dos 'leões' aproveitou a diferença de valores existente entre os dois conjuntos para dar oportunidade a alguns jogadores menos utilizados. Luís Maximiano e Cristián Borja somaram mesmo os primeiros minutos da temporada, e outros, com muito poucos minutos, também foram aposta inicial, casos de Antunes e Gonçalo Inácio (outras novidades viriam, depois, a saltar - e bem - do banco, mas já la vamos).
Quem pensou que tais mudanças poderiam levar os 'leões' encarar o jogo com menor seriedade e afetar o bom momento que a equipa atravessa só precisou de três minutos para perceber que estaria enganado. É que foi logo à passagem do minuto 3 do encontro que Nuno Santos, assistido por Jovane Cabral, abriu o ativo (o extremo vindo do Rio Ave já leva quatro golos de 'leão ao peito'). E mais golos se poderiam ter seguido nos minutos que se seguiram, com o próprio Nuno Santos a enviar uma bola ao poste.
Nuno Santos era mesmo o homem do momento no encontro para os 'leões' e aos 25 minutos assistiu Coates para o 2-0. O Sporting não abrandou e o 3-0 não tardou. Desta feita assinado por Jovane, na transformação de uma grande penalidade a castigar falta sobre Sporar.
Novo golo veio a abrir o segundo tempo. E com Nuno Santos a assistir novamente Coates (segunda assistência do extremo - para além de um golo - no jogo, segundo golo do defesa uruguaio). O jogo partiu a partir desse momento e passaram a haver mais espaços, com o Sacavenense a soltar amarras e a subir mais no terreno. Viria a ser compensado por isso com o seu tento de honra, assinado por Iaquinta. Merecido.
Mas o Sporting estava insaciável no ataque e, com o adversário a conceder agora mais espaços ia somando ocasiões de golo. Do banco, Rúben Amorim fez saltar Daniel Bragança (que mostrou alguns bons pormenores), João Palhinha (em jeito de prenda, para enfrentar um clube onde fez parte da sua formação), Bruno Tabata (vindo de lesão) e Pedro Marques (goleador da equipa B). E os dois últimos estariam em evidência nos minutos finais, contribuindo decisivamente para que o resultado ganhasse inequivocamente os contornos de goleada.
Assistido por Matheus Nunes, Pedro Marques marcou de cabeça, 'à ponta de lança', o 5-1 (naquele que foi o seu primeiro golo de sempre pela equipa principal do Sporting) e pouco depois bisou, uma vez mais mostrando instinto goleador, após jogada de Tabata. Tabata que assistiria, no último lance do encontro, o jovem central Gonçalo Inácio para, também ele, se estrear a marcar com a 'verde e branca' e ficar o resultado em 7-1. Um triunfo que teve tanto de natural com de claro e seguro. O 'Leão' continua bem (mesmo mexendo na equipa) e recomenda-se. Definitivamente, este ano, ao contrário do ano passado, há soluções.
O Momento: Nuno Santos marca cedo
Três minutos. Foi o tempo que o Sporting precisou para quebrar a resistência do Sacavenense. Passe de Jovane a lançar Nuno Santos, este apareceu nas costas de um defesa adversário, aproveitou o facto de este ter falhado a interceção e finalizou com classe. Estava feito o primeiro. O Sporting conseguia um golo bem cedo, sempre importante neste tipo de jogos, e partia para uma vitória bastante folgada.
O Melhor: Mais jovens a mostrarem que são alternativa para Amorim
As mexidas introduzidas pelo treinador dos 'leões', quer no início quer durante o encontro, não afetaram a equipa. E todos eles corresponderam, mesmo tendo em conta que o adversário não iria nunca criar as dificuldades que outros criarão. Luís Maximiano jogou pela primeira vez esta época e efetuou duas excelentes defesas quando o Sacavenense procurava o 2-4 e Borja também esteve bem. Daniel Bragança e Tabata, que vieram do banco, também entraram bem.
Mas há dois outros jovens que merecem destaque maior. Gonçalo Inácio mostrou classe a sair a jogar a partir da defesa, marcou um golo e podia ter marcado outro (acertou nos ferros), enquanto Pedro Marques mostrou eficácia e instinto nos dois golos que marcou nos cerca de 20 minutos que esteve em campo.
O Pior: Sete golos, nenhum de Sporar
Sporar continua a não mostrar a eficácia e a veia goleadora que se deseja do principal ponta-de-lança de uma equipa que lidera isolada a I Liga portuguesa. Claro que o esloveno vem sendo importante nos triunfos recentes dos 'leões', a equipa melhorou com a sua entrada para a titularidade e frente ao Sacavenense até conquistou uma grande penalidade. Mas é sintomático que tenha acabo por não marcar nenhum dos sete golos da sua equipa. Esteve em campo 72 minutos. Pedro Marques, que entrou para o seu lugar, bisou...
As Reações
Rui Gomes, treinador do Sacavense: "Resultado podia ter sido menos pesado"
Iaquinta, avançado do Sacavenense: "Dedico o golo ao meu pai, que perdi há menos de três meses"
João Palhinha, médio do Sporting: "Foi um grande jogo da nossa parte"
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