O FC Porto venceu esta quarta-feira o Académico de Viseu por 0-1, em partida relativa aos quartos de final da Taça de Portugal. O golo solitário de André Franco foi suficiente para levar de vencida os viseenses e passar para as meias-finais da competição. Aí os dragões terão pela frente o Famalicão que, na mesma noite, eliminaram a BSAD.
Muito frio pouca inspiração
Para o desafio em Viseu, o treinador do FC Porto, Sérgio Conceição mudou mais de metade da equipa inicial em comparação com a que começou a partida do campeonato diante do Vizela; seis foram as novidades no onze portista, Cláudio Ramos, Zaidu, André Franco, Bernardo Folha, Toni Martínez e Danny Namaso tomaram os lugares de Diogo Costa, Wendell, Grujic, Galeno, Taremi e Evanilson.
Já Jorge Costa não precisou de fazer tantas mudanças no onze. Relativamente ao jogo diante do Moreirense, o técnico dos viriatos fez apenas duas mexidas, fazendo entrar Arthur e Tiago Mesquita para os lugares de Ícaro e Bandeira.
Numa noite de muito frio em Viseu, o jogo não foi propriamente o mais indicado para aquecer os ânimos durante a primeira parte. O FC Porto ressentiu-se muito das suas baixas no meio-campo e encontrou dificuldades de entrosamento que se refletiram na pouca ligação de jogo, muito dele afunilado e previsível.
Já o Académico de Viseu, e contrariamente ao que acontecera na partida entre as duas equipas na Taça da Liga, não se deixou surpreender, mostrando-se compacta e organizada no seu setor defensivo, procurando sair a jogar e evitar o pontapé para a frente.
Foi preciso esperar trinta minutos para o jogo ver o seu primeiro remate à baliza; após boa jogada de entendimento, Danny Namaso encontrou-se em boa posição na grande área, mas o remate levou a direção do guarda-redes Gril que agarrou.
A primeira parte não terminou sem que o Académico também assustasse a baliza portista; livre batido na direita e a bola a sobrar para André Clóvis que rematou cruzado, levando Jonathan Toro a falhar a emenda por poucos centímetros. Acabava a primeira parte e, mesmo com o frio (5 graus) havia mais calor do que oportunidades.
Dragão foi franco
Esperava-se mais energia para a segunda parte, especialmente do lado portista. A verdade é que os dragões entraram mais pressionantes e agressivos, dando menos espaço e tempo para o adversário construir jogo. Foi através desta renovada postura que o FC Porto chegou ao golo.
Jogada pela direita e a bola a sobrar para Uribe que, totalmente à vontade, cruzou para o coração da área onde surgiu sozinho André Franco que, de cabeça fez o primeiro e único golo da partida.
Daí em diante os dragões começaram efetivamente a controlar a partida, procurando explorar os espaços deixados por um Académico de Viseu agora obrigado a subir mais no terreno em busca do empate. Aos 55 minutos Namaso esteve perto do 0-2 quando, lançado na direita, rematou forte e obrigou Gril a uma defesa apertada.
Os azuis-e-brancos comandavam a partida com relativa tranquilidade, impedindo o adversário de ter bola para poder reagir. O 'status quo' do jogo deixou Sérgio Conceição confortável para fazer algumas alterações na equipa, gerindo um plantel que tem um jogo diante do Sporting já no domingo.
Apesar de não ter dado muitas outras oportunidades ao adversário, o Académico de Viseu pareceu estar a querer 'segurar' a desvantagem mínima para tentar um assalto final nos momentos derradeiros da partida. E a verdade é que os viseenses tentaram isso mesmo, chegando diversas vezes junto da baliza de Cláudio Ramos, sem que tal, todavia, fosse sinónimo de oportunidades de golo.
Até final o FC Porto conseguiu sempre ter as rédeas do jogo, acabando por alcançar o triunfo que o coloca, pela sexta vez consecutiva, nas meias-finais da Taça de Portugal.
O momento
Num jogo onde foram raríssimas as oportunidades de golo, o destaque vai para o momento em que o FC Porto se coloca em vantagem. 50 minutos de jogo e Uribe a descobrir André Franco na área para este, de cabeça, marcar o golo que colocou os dragões na fase seguinte da Taça de Portugal.
O melhor: Pepê contra o tédio
Num FC Porto muito desfalcado, especialmente no meio-campo, Pepê foi sempre a pedra de toque do futebol ofensivo dos dragões. Durante um jogo onde os azuis-e-brancos não mostraram a maior dinâmica ofensiva, o extremo brasileiro foi sempre um dos mais inconformados e laboriosos, procurando sempre que possível romper com a monotonia e procurar jogadas de envolvimento. É dos seus pés que nasce a única oportunidade de golo na primeira parte quando serviu Danny Namaso na grande área.
O pior: O Palácio do Gelo
Um jogo de quartos de final da Taça de Portugal certamente mereceria outro tipo de jogo das duas equipas, especialmente na primeira parte. É certo que o relvado do Estádio do Fontelo não estava nas condições ideais, mas a verdade é que os muitos adeptos que presenciaram os primeiros 45 minutos viram um jogo desinspirado e praticamente sem balizas. Mesmo apesar das muitas circunstâncias adversas, esperava-se mais, especialmente se tivermos em comparação o jogo para a Taça da Liga
O que disseram os treinadores
Jorge Costa, treinador do Académico de Viseu: Equipa atrevida, são coisas diferentes. Com muito respeito, mas atrevidos. Acho que foi isso que fizemos, nomeadamente no final do jogo. Fomos atrás de algo mais do que perder por poucos. Na primeira parte, houve poucas oportunidades para ambos. Faltou-nos ser mais agressivos ofensivamente. O jogo ficou 1-0, mas fica a sensação de que podia ter havido mais uma pontinha de sorte, de que podíamos ter ido mais além do jogo".
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto: "Foi sempre um jogo de muitos duelos, de muita luta, não estando tão presente a nota artística mas com as duas equipas a lutarem pela vitória. Depois chegámos ao golo, criámos mais uma ou outra oportunidade que poderíamos ter concretizado de uma outra forma. Foi uma vitória difícil, mas justa"
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