A conquista da Taça da Liga provocou um autêntico S. João antecipado na cidade de Braga, levando para a rua, pela madrugada dentro, uma multidão em delírio pelo fim de um longo jejum de títulos.
«A sede e a fome de troféus eram muito grandes, foram muitos anos à espera de um momento como este, e por isso hoje vamos ‘soltar a franga’, até às quinhentas», atirava a “maestrina” de um improvisado coro que se assumiu como um dos grandes animadores da noite.
O momento alto viveu-se pelas 01:20, quando o autocarro com os “guerreiros do Minho” chegou à Praça do Município, bem no coração de Braga, onde se juntaram milhares de pessoas, para saudarem os seus “heróis”.
«Isto para mim vale tanto como se tivéssemos sido campeões do mundo», referia Maria da Graça, 73 anos, vestida a rigor, bandeira do Braga na mão e um coração «a transbordar de felicidade».
Maria da Graça foi ver a final da Taça da Liga, a Coimbra, que o “seu” Braga venceu por 1-0, ao Futebol Clube do Porto.
Não poupou elogios ao «Mossoró que jogou que foi uma classe» e ao Quim «que defende que tem demónio».
À espera da equipa do Sporting de Braga estava o presidente da Câmara, Mesquita Machado, adepto “ferrenho” dos arsenalistas e que também confessou a “sede” de títulos que havia por aquelas bandas.
«Desde que ganhámos a Taça [de Portugal, em 1966] que não havia títulos», desabafou, manifestando-se, no entanto, convicto de que ainda vai ver o seu clube «ganhar muita coisa», quem sabe até o próprio campeonato.
Até porque, como lembrou, «já esteve quase», num passado bem recente, se tivesse havido outra qualidade das arbitragens.
Como «obreiro principal» dos feitos recentes do Braga, o autarca apontou o presidente António Salvador.
Salvador que fez questão de lembrar que o Braga ganhou, em 2008, um outro troféu, a Taça Intertoto, que na altura premiava a equipa que mais longe chegasse na Taça UEFA.
«Infelizmente, quase toda a gente desvalorizou essa conquista», criticou.
O presidente do Braga frisou que agora é preciso vencer «as cinco finais» que faltam no campeonato, para que o clube pode repetir a presença, «muito importante», na Liga dos Campeões.
Da varanda dos Paços do Concelho, jogadores, treinadores e dirigentes saudaram a multidão e assistiram a uma sessão de fogo de artifício que, além de comemorativa do feito de sábado, pretendem que seja, acima de tudo, «anunciadora de muitos e bons títulos».
«Um dia, o título de campeão há de vir cá parar», afirmava Luís Filipe, que levou para a festa a mulher e os dois filhos do casal, o Igor com 6 anos e o Lucas com apenas 2.
Apesar de a sua “cor” ser «o encarnado dos lados da Lu»”, Luís Filipe não esconde um carinho muito especial pelo clube da sua cidade, confessando que é sempre «aquela sensação» quando acontece uma conquista como a de sábado.
«É a minha terra e está tudo dito, pronto», rematou, da mesma forma certeira como aquela com que o avançado Alan marcou a grande penalidade que derrotou o Futebol Clube do Porto.
Comentários