O treinador do Sporting, Rúben Amorim, enalteceu no sábado o trabalho coletivo da estrutura do campeão nacional na revalidação do título da Taça da Liga de futebol, alcançado com uma vitória na final frente ao rival lisboeta Benfica.
“É alguma sorte, mas hoje [sábado] não tanto. Não é só ‘estrelinha’, mas sim trabalho de toda a gente que está aqui. Sempre tive bons jogadores desde que iniciei a carreira. Mesmo com duas derrotas na I Liga, notou-se muito bem a identidade da equipa. Demos uma grande resposta”, afirmou o técnico, em entrevista à SportTV, após o final do jogo.
O Sporting conquistou pela quarta vez a Taça da Liga, ao vencer o Benfica por 2-1, na final da 15.ª edição da terceira prova do futebol nacional, disputada em Leiria, levando Rúben Amorim a elogiar a atitude dos ‘leões’ pela reviravolta conferida no marcador.
“É uma questão mental e nesse aspeto tivemos tempo para treinar. Quando estamos confortáveis no jogo não se nota tanto a parte física. O lado mental é muito mais difícil e noto bastante isso em jogadores como o Gonçalo Inácio. É difícil manter a concentração em todos os jogos, mas eles vão habituar-se a isto. Já jogámos muito pior do que nas derrotas com Santa Clara e Sporting de Braga [para o campeonato] e ganhámos. Por vezes, tivemos ‘estrelinha’ na época passada. Desta vez, tivemos azar”, comparou.
As ‘águias’ chegaram ao intervalo em vantagem, com um golo do brasileiro Everton, aos 23 minutos, mas os 'leões' deram a volta por intermédio de Gonçalo Inácio, aos 49, e do espanhol Pablo Sarabia, aos 78, ditando o quarto troféu de Rúben Amorim em Alvalade.
“O futebol muda muito e tivemos uma prova disso nesta fase da época. Gostamos muito de estar no Sporting. Sabemos que é muito frágil a envolvência do clube e não damos nada como garantido. Agora, a nossa ideia é muito clara e não muda, embora saibamos que a envolvência tem muito efeito nos jogadores e na forma como lidamos com o dia-a-dia. Por isso, estes dias têm um grande significado”, admitiu o treinador, de 37 anos.
Acompanhado pela equipa técnica, que fez questão de elogiar a título individual, Rúben Amorim lembrou que, à parte dos títulos conquistados entre I Liga, Taça da Liga e Supertaça, “melhorou muito este ano no banco”, mas “segue o exemplo de outros”.
“A forma como planeámos a época passada foi um pouco de 'o Mourinho fez um bocadinho assim'. Procuramos copiar o que podemos. É assim que seguimos dia a dia, sabendo que os resultados ditam tudo. Sentimos aquelas duas derrotas. Sabemos que tudo muda se a bola entra ou não. O som do estádio e a envolvência é diferente. Os jogadores têm de perceber que são neste momento muito mais equipa”, reiterou.
No 'ranking' da Taça da Liga, os ‘leões’, que já tinham vencido a prova em 2017/18, 2018/19 e 2020/21 e perdido as finais de 2007/08 e 2008/09, sempre nos penáltis, destacam-se no segundo lugar, com quatro títulos, agora a apenas três do Benfica, que lidera com sete.
“Ainda não perdemos assim tantas vezes. Já tivemos uma fase má quando ficámos em quarto lugar [em 2019/20]. Há dias que eu não me expressarei com tanta fluidez. Quem ganha, normalmente fala de forma mais fluente e simpática para os jornalistas”, afirmou, quando questionado sobre a gestão comunicacional de eventuais futuras fases más.
Rúben Amorim falou ainda do “projeto baseado na aposta na formação”, ressalvando que “não é uma coisa forçada nem serve de aparências”, dado o contexto financeiro do Sporting, mas permite baixar a dependência dos lisboetas do mercado de transferências.
“Procuramos as oportunidades e, depois, é ter sorte. Ninguém pensava que o Manuel Ugarte ia ter este rendimento, muito menos eu, que me fartei de ver jogos e falei com muita gente sobre ele. O Pedro Gonçalves, pelos golos que faz. O Matheus Nunes, que ninguém acreditava nele. O Matheus Reis veio a custo zero e hoje todos dizem que está ali uma grande contratação. O caráter deles é muito bom e as vitórias ajudam”, concluiu.
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