Jorge Jesus, treinador do Benfica, em conferência de imprensa após a derrota frente ao SC Braga na meia-final da Taça da Liga.
Novidade tática: "O Julian é um jogador que sabe fazer aquela posição e eu sabia que ele poderia ser influente quando a equipa tivesse bola, sair daquela estrutura e quando não tivesse, para jogar ao lado dos centrais. Deu na perfeição na maior parte do jogo, soubemos controlar o posicionamento do SC Braga, e no contragolpe não nos criou problemas. Sofremos dois golos de segundas bolas, são dois cantos, na segunda bola ofensiva do Braga perdemos alguns posicionamentos, o que é normal numa última linha que nunca jogou junta. Foi só ai que a equipa não esteve bem. Ofensivamente, nos primeiros 45 minutos tivemos muito mais perto do 1-0 do que de sofrer. Uma das várias oportunidades que tivemos é 2 em 1, com a bola do Darwin e o Rafa e o Cervi a não conseguirem fazer golo, não fizemos a diferença. O Braga acabou por fazer o golo em duas bolas ofensivas onde perdemos o posicionamento. Os jogadores que entraram de novo entraram bem. (...) O Braga acaba por fazer dois golos e faz a diferença, na estatística o Benfica faz mais em tudo, mas a verdade é que a diferença é quem faz golos, quem os fez foi o SC Braga, uma equipa bem trabalhada. (...) Nós tivemos de mexer muito, não só nos que jogam, mas em toda a estrutura da equipa"
Resultado consequência da COVID-19: "Eu satisfeito não fiquei, ninguém fica quando perde. Senti que a equipa que jogou, fez tudo e tiveram várias hipóteses de poder ganhar o jogo. Senti que os jogadores que jogaram podiam ter ganho o jogo. Falhamos em dois pormenores do jogo. Faltou-nos ajustar a nossa segunda bola, não soubemos fechar o espaço e sofremos dois golos parecidos. (...) O jogo foi equilibrado, independentemente do Benfica ter uma ultima linha completamente nova. Estou satisfeito com o que os jogadores deram, alguns surpreenderam-me, como o Cervi. A minha insatisfação é sair de um jogo que perdi e que podíamos ter ganho"
Sérgio Conceição viu um ambiente de Champions após empate no Dragão: "Nós estamos numa meia-final da taça da liga, o jogo com o FC Porto já passou. Já falamos sobre isso, não vou comentar"
Como foram as últimas 48 horas: "Não queria falar muito sobre isso, porque dá a sensação que me estou a desculpar com isso. O povo português está a atravessar um momento muito difícil. Estarem a morrer 200 pessoas por dia é de doer o coração qualquer português. Numa semana, tivemos 26 casos, praticamente tive de treinar uns uma hora, outros noutra, não houve ambiente. Foi como uma família que teve de estar separada. (...) Esta semana foi um surto muto complicado, tivemos de nos adaptar e para chegarmos ao jogo tivemos de nos adaptar com os jogadores que não jogam tanto. Não foi por ter mexido tanto que o Benfica perdeu"
Receio face aos jogos no futuro: "Nós tivemos de ir para o jogo, a lei determinou. Mesmo com esta equipa o Benfica poderia ter ganho o jogo, falhámos nos pormenores. Fomos a jogo, perdemos e não me quero desculpar com mais nada. Quanto ao futuro, claro que me assusta. São 18 jogadores que já tiveram este problema. Não sei o que vai acontecer daqui para a frente. Da minha equipa técnica, sou o único que não está infetado. Tem sido complicado, estares na tua família, separado, uns treinam a uma hora, outros a outro. É complicado psicologicamente. É mais fácil o jogo do que gerir uma família que tem de estar separada. Não tem sido fácil esta semana"
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