O treinador do Académico de Viseu, que disputa as meias-finais da Taça da Liga na quarta-feira com o FC Porto, afirmou hoje que é um feito extraordinário a presença na prova, mas recusa ser o “bombo da festa”.
“Estamos muito contentes de ter chegado aqui. Foi um feito histórico para nós. Viseu está ao rubro e vamos aproveitar isto. Mas nós não viemos para ser o bombo da festa. Se pudermos, vamos tentar algo mais”, disse Jorge Costa, no Estádio Municipal da Marinha Grande (distrito de Leiria), na conferência de imprensa de antevisão do jogo e antes do último com vista ao embate com os 'dragões'.
O treinador, que foi jogador e capitão do FC Porto, recusa que a equipa da II Liga possa ficar inibida ou acanhada.
“Está acima de qualquer previsão que pudéssemos ter antes do início desta competição. Temos de aproveitar ao máximo o facto de aqui estarmos”, declarou, assegurando que o clube vai “tentar fazer as coisas bem feitas”.
Frisando que esta é uma “oportunidade enorme” dentro do projeto do Académico de Viseu, insistiu: “Claramente, este não era o nosso objetivo, mas esta participação na ‘final four’, para aquilo que é o projeto do Académico, é a cereja no topo do bolo”.
“Ou seja, uma oportunidade para promovermos jogadores, para jogar a um nível que ainda não nos aconteceu esta época, para perceber até que ponto é que também temos ou não essa capacidade, mas, acima de tudo, para fazer as coisas bem feitas”, adiantou, referindo: “Passa um pouco por isto, tentar estar nas decisões, chamar a atenção – e chamamos e de que maneira o país e não só – que em Viseu se joga bem e há talento”.
O técnico destacou ainda que o segredo da equipa é “trabalho, talento”, assim como a união de grupo.
“O ambiente que se vive é fabuloso (…), querem todos crescer, querem todos evoluir”, assinalou, realçando que os jogadores estão “motivadíssimos”.
Por outro lado, Jorge Costa considerou que o facto de o clube da II Liga estar há 20 jogos sem conhecer o sabor da derrota "vai alertar mais o adversário” do que interferir com aquilo que o Académico de Viseu tem de fazer.
“Sabemos das dificuldades que vamos encontrar amanhã [quarta-feira]. (…) Há uma diferença gritante entre o FC Porto e o Académico. Claramente que nós sabemos que numa maratona, num campeonato, o FC Porto, naturalmente, chegaria à nossa frente. Numa prova de ‘sprint’, onde tudo se decide em 90 minutos ou um pouco mais, tudo pode acontecer. Pode haver um percalço qualquer e aí, sim, nós temos as nossas hipóteses. Mas, honestamente, nós sabemos o que nos espera”, adiantou.
Sobre o facto de defrontar de novo a sua antiga equipa, Jorge Costa declarou que nunca escondeu que é portista e que o FC Porto é o clube do seu coração, mas garantiu que quer “muito, muito, muito, muito” ganhar o jogo.
“Eu não me importo muito se é I Liga, se é II Liga, eu gosto é de trabalhar onde sou feliz e onde eu sei que as pessoas me querem e, neste momento, sou um treinador feliz. E pode ser que amanhã possa ser ainda mais feliz, isso é que me move”, assegurou.
A ‘final four’ da Taça da Liga, que decorre em Leiria, arranca hoje, com o Sporting a medir forças com o Arouca, pela primeira vez nesta fase da prova, e com o FC Porto, no único título nacional que ainda não tem no museu, a defrontar na quarta-feira o Académico Viseu, representante da II Liga e também estreante numa meia-final.
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